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Parlamento só aprova um dos quatro nomes para a Anacom
Apenas o nome de João Cadete de Matos, proposto para presidente da Anacom, foi votado e aprovado no Parlamento. A votação dos restantes três nomes, que foram chumbados no relatório preliminar, foi adiada para 27 de Julho.
João Cadete de Matos, proposto pelo Governo para presidente da Anacom, teve parecer positivo por parte dos deputados da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas. Já a votação dos restantes nomes foi adiada a pedido do Bloco de Esquerda, segundo fonte parlamentar.
O relatório preliminar, elaborado pelo social-democrata Joel Sá e que ia ser votado esta quarta-feira no Parlamento, dá parecer negativo a três dos quatro nomes indicados para a Anacom, nomeadamente Margarida Sá Costa, Dalila Araújo e Francisco Cal. Só o nome de João Cadete de Matos foi considerado adequado para as funções.
Falta de competências e incompatibilidades devido a ligações à PT são os motivos que levaram ao chumbo de três dos quatro nomes propostos pelo Governo para integrar o novo conselho de administração da Anacom.
Os motivos dos chumbos
De acordo com a opinião do relator, após analisar as respostas de Dalila Araújo, bem o currículo da candidata indigitada, concluiu "que se está perante alguém cuja experiencia profissional muito variada e em diversos sectores". Porém, "não possui formação específica ou experiência em regulação".
Além disso, o facto de ser consultora sénior da PT até à data das nomeações, levanta "dúvidas quanto às garantias de isenção e independência da candidata indigitada atendendo ao vínculo existente com uma operador do mercado, a PT/Altice".
Mas as conclusões do relatório vão mais longe. As dúvidas expressas por vários grupos parlamentares quanto à capacidade de isenção e independência por parte de Dalila Araújo aliadas ao facto de dois dos canditatos terem ligações à mesma operadora [PT] "à qual à data têm vínculo" e as "interrogações colocadas por dois operadores do mercado [Vodafone e Nos] "desaconselham a confirmação da indigitação da candidata para a função em causa".
Os motivos para o chumbo do nome de Margarida Sá Costa, candidata que também tem ligações à PT, são semelhantes. "Não possui formação específica ou experiência em regulação" e levanta "dúvidas quanto às garantias de isenção e independência".
Já sobre Francisco Cal, até ao momento presidente da ESTAMO, Participações Imobiliárias, o relator considera que "apresenta algumas limitações claras em termos de percepção do sector das comunicações" e "do seu enquadramento, que não compensou com a possibilidade de evidenciar características pessoas e profissionais que o valorizem e qualifiquem para o exercício" de vogal da Anacom.
Por estes motivos, o relatório conclui que o Governo também deve ponderar a sua substituição, a apar com Margarida Sá Costa e Dalila Araújo.
Pelo contrário, João Cadete de Matos, o único nome aprovado pelo Parlamento, cujo parecer não é vinculativo, "foi merecedor de uma avaliação muito positiva em sede de audição" na Comissão de Economia, "revelando uma experiência profissional consistente e adequada às funções a desempenhar", lê-se no mesmo relatório.
(Notícia actualizada às 13:02 com mais informação)