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Multimilionário egípcio pode ser nova solução para a Oi

A imprensa brasileira dá conta de uma aliança entre Naguib Sawiris e um grupo de investidores internacionais para injectar até 2.000 milhões de euros na empresa e ganhar o controlo do processo de recuperação da operadora.

Reuters
12 de Outubro de 2016 às 13:46
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Um grupo de investidores internacionais que tem 14 mil milhões de reais (3,97 mil milhões de euros) empatados na Oi uniu-se a um multimilionário egípcio para tentar obter o controlo da reestruturação da operadora brasileira, actualmente liderada pela Pharol e por fundos ligados ao empresário Nelson Tanure.


De acordo com a imprensa brasileira, a associação entre os credores e Naguib Sawiris foi anunciada esta terça-feira, 11 de Outubro, e pretende convencer não apenas o Governo mas também os grandes credores financeiros e o juiz responsável pelo caso que a sua estratégia alternativa é melhor que a apresentada pela Pharol e pela Société Mondiale para salvar a empresa.


O jornal Folha de São Paulo refere que a experiência no sector (Sawiris é dono da egípcia Orascom Telecom) e o facto de o Executivo torcer o nariz ao actual plano de reestruturação – que prevê um perdão de 70% da dívida quando entidades públicas como o Banco do Brasil, BNDES ou Caixa estão entre os credores – jogam a favor desta solução.


A proposta deverá estar pronta em três semanas e deverá incluir a capitalização da empresa entre 725 e 906 milhões de euros (o Estado de São Paulo refere que pode ir dos 850 aos 1.984 milhões de euros, em associação com o banco americano Moelis & Company), além da conversão de dívida em acções, o que poderia levar ao surgimento de novos accionistas de referência e afastar da administração a Pharol e Nelson Tanure (com 6,3% da operadora).


Um cenário que, diz o Folha, não preocupa os actuais accionistas uma vez que apenas estes podem apresentar o plano de recuperação à Justiça, o que já aconteceu.


Ontem ficou a saber-se que o Governo está a preparar nos bastidores um grupo de trabalho com representantes dos bancos públicos (BB, Caixa e BNDES) e da Anatel para desenhar uma solução alternativa que entraria em cena no caso de o plano de reestruturação falhar. Aí, poderia haver uma intervenção pública na Oi para garantir o interesse dos credores públicos e a continuidade da prestação do serviço.


"O desejo do Governo é uma solução de mercado. A intervenção é uma condição extrema. Mas não podemos ficar ausentes. (...) Esse plano tem que estar pronto em caso de um eventual insucesso da Oi", disse esta terça-feira Juarez Quadros, em entrevista ao jornal brasileiro Globo hoje, no dia da sua tomada de posse como presidente da Anatel, a agência nacional de telecomunicações.


Ao Estado de São Paulo, fontes ligadas à Pharol (que detém 27% do capital da brasileira) disseram que a empresa está aberta ao diálogo e a Oi, quarta maior operadora do país, não comentou.


Há uma semana o fundo Elliot Management mostrou-se interessado em entrar na Oi através da injecção de até 10 mil milhões de reais (2,77 mil milhões de euros) na companhia, um negócio que acabou por não se materializar, uma vez que "as conversas iniciadas entre a Companhia e o fundo não seguiram adiante e tampouco se materializaram em uma proposta firme", referia um comunicado da Oi.


Em Fevereiro o multimilionário russo Mikhail Fridman também manifestou interesse na companhia, condicionado a uma fusão com a TIM Brasil (subsidiária da Telecom Italia), tendo depois retirado a sua oferta de 4 mil milhões de dólares (3.629 milhões de euros à cotação actual).

A Oi enfrenta um processo de recuperação judicial que inclui dívidas de 18,48 mil milhões de euros. A reestruturação passa pela venda de activos em Ásia e em África, pela possibilidade de conversão de dívida em capital que pode ir até aos 85% da empresa, prevendo ainda o regresso a lucros em 2020.

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