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Falharam as negociações para a entrada da Elliot na Oi
A empresa brasileira estava a negociar a injecção de 10 mil milhões de reais por parte do fundo norte-americano, mas as conversações terminaram sem haver acordo.
A Oi anunciou esta quarta-feira, 5 de Outubro, que as conversações que iniciou com o fundo Elliot para a injecção de capital na empresa brasileira, foram concluídas sem sucesso.
O jornal brasileiro "O Globo" avançou com a notícia de que o fundo Elliott Management, gerido pelo conhecido investidor e milionário Paul Singer, estaria interessado em entrar na Oi através da injecção de até 10 mil milhões de reais (2,77 mil milhões de euros).
"A Oi esclarece que foi procurada pelo fundo mencionado na referida notícia visando a um aporte na Oi, mas que as conversas iniciadas entre a Companhia e o fundo não seguiram adiante e tampouco se materializaram em uma proposta firme", refere um comunicado emitido ontem pela Oi ao final do dia, acrescentando que "a Oi não tem conhecimento de negociações actualmente em curso envolvendo a companhia e o referido fundo".
O fundo "abutre", que apostou na queda do BES e da PT, terá estado reunido com responsáveis do Governo, actualmente liderado por Michel Temer, e com representantes do conselho de administração da Oi para apresentar os seus planos.
A notícia de ontem acabou por ter impacto relevante na negociação das acções da Oi. As acções preferenciais fecharam o dia a subir 1,77% para 2,87 reais e as ordinárias até encerraram no vermelho.
O fundo estava a trabalhar num plano para convencer credores e accionistas, sendo que o capital que seria injectado na Oi tinha dois destinos: reduzir a dívida e investir.
Esta não é a primeira vez que o fundo Elliott surge associado à Oi. Já em Março foi noticiado que este fundo e a Cerberus estariam interessados na Oi.
Tal como o Cerberus, o Elliot é conhecido no mercado como fundo "abutre", por ‘atacar’ dívida de países ou empresas em dificuldades.
Aliás, Paul Singer criou a sua actual fortuna comprando dívida "problemática" para depois a vender ou, em casos de falência ou reestruturação, exigir em tribunal o que lhe é devido. Em 2011, o fundo apostou na queda do BES e em 2014 na descida das acções da Portugal Telecom, pouco tempo antes de ser conhecido o investimento em papel comercial da Rioforte.