Notícia
Morais Pires envolve Granadeiro, Salgado e Bava nos empréstimos à Rioforte
A auditora não retira conclusões em relação a Zeinal Bava e Ricardo Salgado, mas aponta responsabilidades ao presidente executivo, Henrique Granadeiro, e ao administrador financeiro, Pacheco de Melo.
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O documento divulgado pela PT SGPS com as conclusões da auditoria da PwC às relações de financiamento com o BES dá conta de uma reunião entre a PT e o BES, em Março de 2014, sobre a renovação do investimento em papel comercial da Rioforte. Encontro onde estiveram presentes o administrador financeiro da PT SGPS, Luís Pacheco de Melo, o director financeiro da empresa, Carlos Cruz, e o administrador financeiro do BES, Amílcar Morais Pires.
A renovação do empréstimo de 897 milhões de euros em papel comercial da Rioforte aconteceria algumas semanas mais tarde, a 15 e 17 de Abril. Financiamento que não chegou a ser reembolsado. A Rioforte foi entretanto decretada insolvente pelo tribunal do Luxemburgo.
A PwC ouviu alguns dos intervenientes. À auditora Pacheco de Melo relatou "que o encontro ocorreu a pedido de Henrique Granadeiro [presidente executivo]". Amílcar Morais Pires disse que "a reunião aconteceu a pedido de Ricardo Salgado e ainda que este teria afirmado que, no essencial, já estaria tudo acordado sobre o tema entre Ricardo Salgado, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava". Este último era na altura já presidente da Oi.
A própria auditora não retira quaisquer conclusões em relação a Zeinal Bava ou a Ricardo Salgado. Sobre Henrique Granadeiro diz que o presidente executivo "tinha o dever de se manter informado, quanto às operações financeiras contractadas, com impacto relevante na posição de tesouraria da PT SGPS, solicitando em tempo útil e de forma adequada informação ao CFO" e "assegurar que tal informação era prestada, em primeira linha, aos demais membros do conselho de administração".
Também Pacheco de Melo "tinha o dever, entre outros, de informar pontual e oportunamente os membros da comissão executiva e da comissão de auditoria das operações financeiras contratadas pela PT SGPS e suas subsidiárias, com impacto relevante na sua posição de tesouraria", diz a PwC.