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Recolha do Galaxy Note 7 pode custar mil milhões à Samsung
Numa altura em que a Apple vai lançar novos produtos, a Samsung não quis arriscar um maior dano na reputação da marca e decidiu efectuar a recolha de todos os aparelhos.
05 de Setembro de 2016 às 13:26
A empresa sul-coreana diz apenas que o montante em causa no processo de recolha de 2,5 milhões de Galaxy Note 7 é de "partir o coração", mas os analistas estimam que pode chegar aos mil milhões de dólares.
A decisão de efectuar a recolha de todos os aparelhos foi anunciada na sexta-feira, depois da Samsung Electronics ter detectado problemas com as baterias, que terão explodido mais de 30 equipamentos.
O novo dispositivo que foi lançado há duas semanas completava a gama da Samsung, depois do sucesso do lançamento do Galaxy S7, o principal produto da companhia sul-coreana.
Apesar dos custos elevados que a empresa vai acarretar com esta recolha, os analistas defendem que não havia outra decisão a tomar nesta altura, quando faltam poucos dias para a Apple lançar o iPhone7. "O potencial dano na reputação é muito mais elevado do que as perdas financeiras de curto prazo", disse à Bloomberg Chang Sea Jin, professor de uma universidade em Singapura.
O custo máximo de mil milhões de dólares representa menos de 5% da estimativa de lucros para este ano (20,6 mil milhões de dólares). Parte destes custos deverão ser suportados pelos fornecedores das baterias, que tiveram na origem da recolha dos equipamentos, ainda que o principal também integre o universo Samsung (Samsung SDI).
A Samsung Electronics obtém uma receita de 600 dólares e um lucro operacional de 108 dólares por cada venda do Galaxy Note 7. Segundo as estimativas do Credit Suisse, a companhia sul-coreana deveria vender entre 4 a 5 milhões de aparelhos no actual trimestre e mais entre 8 a 9 milhões nos últimos três meses deste ano.
Em Portugal a data prevista de lançamento era a 9 de Setembro mas, tal como em todos os mercados, também será adiada. Saiba aqui o que a Meo, a Nos e a Vodafone vão fazer acerca deste adiamento.
Para reduzir a factura total desta recolha, a Samsung decidiu efectuar uma remodelação dos aparelhos, que serão colocados posteriormente à venda. Uma prática já utilizada pela empresa nos modelos mais antigos, que são relançados depois de remodelados.
