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Produção em massa do iPhone passa da China para a Índia
A Foxconn, principal responsável pela montagem dos iPhones, vai passar a maior parte da produção destes smartphones da China para a Índia.
A multinacional taiwanesa Foxconn, que é a maior fornecedora de iPhones da Apple, anunciou que a produção em massa destes smartphones vai passar para a Índia este ano, o que representa uma grande mudança para a estratégia da empresa, que tem concentrado a sua produção na China.
"No futuro, iremos desempenhar um papel muito importante na indústria de smartphones da Índia", afirmou o chairman da Foxconn, Terry Gou, num evento em Taiwan, citado pela Bloomberg, que lembra que a Índia se tornou o mercado de smartphones de maior crescimento do mundo, enquanto a China está a estagnar. Além disso, a Apple tem perdido quota de mercado lá, para concorrentes locais como a Huawei e a Xiaomi.
Devido aos preços elevados dos seus produtos, a Apple ainda não ganhou dimensão no mercado indiano, mas a produção dos seus smartphones naquele país ajudaria a empresa da maçã a evitar tarifas de importação de 20%. No ano passado, os indianos compraram 140 milhões de smartphones, dos quais apenas 1,7 milhões da Apple, com os consumidores a optarem por modelos mais baratos de marcas chinesas.
"Para a Foxconn, o mercado chinês para os iPhones está saturado, e os custos laborais são três vezes superiores, em comparação com a China", afirma Karn Chauhan, analista da Counterpoint Research, citado pela agência noticiosa. "A Índia ainda é um mercado emergente no que respeita aos smartphones, tem muito potencial e pode servir de ‘hub’ de exportações para a região".
Neste momento, ainda não é claro de que forma é que a passagem da produção do iPhone para a Índia vai afetar as operações da Apple na China, que tem sido a sua principal base de produção nos últimos anos.
A Foxconn já tem duas fábricas no sul da Índia, nas regiões de Andhra Pradesh e Tamil Nadu, onde produz smartphones para a Xiaomi e para a Nokia. Para receber a produção do iPhone naquele país, a empresa taiwanesa vai investir, para já, 300 milhões de dólares.