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Apple pode sofrer consequências com guerra comercial entre China e EUA

O mercado chinês é responsável por cerca de 20% das receitas da Apple. A tecnológica da maçã é das empresas de tecnologia dos EUA mais bem sucedidas em território chinês.

1º Apple
David Gray/Reuters
19 de Junho de 2018 às 17:18
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A Apple é das empresas de tecnologia dos EUA que mais pode vir a sofrer com a eventual guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, de acordo com a CNBC.

Os EUA começaram por anunciar a implementação de tarifas sobre 50 mil milhões de dólares importações chinesas. Pequim reagiu a este anuncio e implementou tarifas sobre importações de montante idêntico. Estas medidas foram anunciadas no dia 15 de Junho. Nesse mesmo dia, quando anunciou a implementação dessas tarifas, Donald Trump avisou que se houvesse retaliação por parte da China, haveria nova resposta.

A resposta está já a ser preparada. Num comunicado emitido esta madrugada, 19 de Junho, a Casa Branca revela que o presidente dos EUA deu instruções ao gabinete de representante do Comércio dos EUA para identificar produtos cujas importações ascendam a 200 mil milhões de dólares. O objectivo é impor 10% de tarifas sobre esses produtos. Trump terá ainda pedido para identificarem outros produtos cujas importações ascendam a 200 mil milhões de dólares para o caso de a China retaliar. Pequim já acusou os EUA de "chantagem".

"Se os Estados Unidos perdem o bom senso e publicam uma lista [de produtos visados], a China ver-se-á na obrigação de adoptar uma combinação de medidas quantitativas e qualitativas em forma de enérgicas represálias", indicou o Ministério do Comércio chinês, em comunicado citado pela Lusa. A China garante assim que vai responder aos EUA na mesma moeda. 


O aumento das tensões entre os EUA e a China e uma eventual guerra comercial em cima da mesa pode mesmo afectar a Apple. Isto porque, em 2017, o mercado chinês foi responsável por cerca de 20% das receitas da empresa, o que equivale a um valor de 44,7 mil milhões de dólares (38,5 mil milhões de euros). A tecnológica tornou-se assim na tecnológica norte-americana com mais sucesso em terreno chinês, segundo a CNBC.

No ano passado, a Apple vendeu cerca de 41 milhões de iPhones na China. A tecnológica da maçã tornou-se a quinta maior empresa tecnológica a actuar no mercado chinês, de acordo com a CNBC.

A Apple possui ainda 40 lojas na China, operando serviços como a App Store e a Apple Music, ambas uma parte crescente dos negócios da tecnológica no mercado chinês.

Apesar de as vendas de smartphones na China terem desacelerado em 2017, representaram cerca de 13% do total de vendas líquidas da marca. Em 2016, as vendas representaram 11%, de acordo com a CNBC.

A tecnológica liderada por Tim Cook está também dependente dos fornecedores na China, isto porque muitos dos iPhones da Apple são fabricados em território chinês pela empresa Foxconn.

As preocupações da empresa passam pelo risco de Pequim vir a bloquear a saída dos iPhones do país, o que pode causar atrasos e levanta preocupações em relação aos produtos da Apple. O governo chinês pode ainda vir a banir os serviços da tecnológica na China.

 

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