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Gigantes tecnológicas juntas contra vigilância do Governo britânico

As maiores empresas do ramo das tecnologias e telecomunicações uniram-se para rejeitar a proposta de lei no Reino Unido que permitiria que os serviços de espionagem britânicos tivessem acesso aos seus dados encriptados.

7 - Microsoft – Tecnologias de informação
Microsoft
08 de Janeiro de 2016 às 14:19
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Companhias como a Microsoft e a Google apresentaram as suas preocupações relativamente a uma proposta de lei que daria acesso do Governo a informações pessoais e dados encriptados através de uma carta apresentada numa comissão parlamentar britânica, escreve esta quinta-feira, 7 de Janeiro, a Bloomberg.

 

Estas preocupações já tinham sido tornadas públicas por outras companhias, como a Apple e a Vodafone.

 

Esta proposta de lei britânica, conhecida como Investigatory Powers Bill, iria pôr em risco a confiança dos consumidores nas marcas e nos produtos, de acordo com o Facebook, Google, Microsoft, Twitter e Yahoo, que enviaram uma carta em conjunto ao Parlamento britânico.

Entre as medidas previstas inclui-se o direito de saber que sites os cidadãos britânicos visitam, caso isso seja necessário por questões de segurança nacional.

 

As cinco gigantes tecnológicas revelaram estar preocupadas por outros países poderem vir a imitar esta legislação. Ross Anderson, investigador no ramo da segurança online e professor na Universidade de Cambridge, referiu à Bloomberg que se outros países apresentassem leis semelhantes às propostas do Reino Unido, poderia criar situações que não tivessem soluções fáceis. Por exemplo, "um tribunal na Índia poderia pedir a empresas como o Facebook que fornecessem os dados de alguém que vive no Canadá e nunca esteve na Índia, o que colocaria o Facebook numa situação complicada".

 

Em Dezembro, a União Europeia anunciou regulamentação mais rígida em relação à protecção de privacidade de dados motivada por preocupações de que as agências norte-americanas estivessem a recolher grandes quantidades de informações e dados pessoais dos europeus.

 

Já a Apple, que apresentou uma carta semelhante em Dezembro, foca-se mais nos possíveis perigos da fraca encriptação (transformar informação de modo a impossibilitar a sua leitura por todos aqueles que a possuam, usando um algoritmo). "Devemos aos nossos clientes a protecção das suas informações pessoais", disse a Apple.

 

Esta proposta de lei iria fazer com que as empresas tecnológicas criassem maneiras para os governos interceptarem e descodificarem comunicações encriptadas, dizem as empresas.

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