O grupo BT vai avaliar a possibilidade de estabelecer "joint ventures" com a Deutsche Telecom.

Em causa poderão estar parcerias estratégicas e alianças e promoções mediáticas para reforçar a oferta de canais televisivos exibidos na rede de banda larga da operadora britânica, avançou o "chairman" da telecom, Michael Rake, esta segunda-feira, 11 de Janeiro, em declarações ao Financial Times.

A aproximação entre as duas companhias surge no seguimento da compra por parte do grupo BT da operadora móvel EE, que era controlada pela Deutsche Telekom e pela francesa Orange. No seguimento da aquisição anunciada em Fevereiro, por 12,5 mil milhões de libras (16,5 mil milhões de euros), a telecom alemã assumirá uma posição de 12% na BT, esperando-se que a operação esteja concluída em Fevereiro deste ano.

Michael Rake não descartou ainda a hipótese de o grupo BT avançar com uma proposta pela emissora Channel 4, caso venha a ser privatizada em 2017. Segundo o FT, esse tema tinha sido já abordado numa conferência de accionistas.

"Continuamos a olhar para o que se passa", assumiu Rake. "As empresas estão mais fortes, o défice é gerível e estaremos numa posição confortável para continuar a olhar para oportunidades com cuidado", sublinhou.

Empresas britânicas não querem "Brexit"

Influente na city, por desempenhar vários cargos em grande empresas do FTSE 100 e por ter funções consultivas em diferentes órgãos empresariais e governamentais, Rake destacou a importância da permanência do Reino Unido na União Europeia, frisando que a maioria dos empresários britânicos não concorda com o "Brexit".

"Do lado económico, existem todos os argumentos", declarou. "Cerca de dois terços dos membros da CBI [confederação de empresários] consideram que devemos ficar, estreitar relações. O que não podemos fazer é manter-nos silenciosos quanto a este tema".