As acções da Espírito Santo Saúde estão a reagir em queda à retirada da oferta pública de aquisição por parte da José de Mello Saúde, que foi oficializada na tarde de quinta-feira, 25 de Setembro.

Os títulos da empresa que controla o Hospital da Luz recuam 1,13% para 4,815 euros, uma cotação que se encontra 2% acima do preço da OPA da Fidelidade. Caso os mexicanos do Grupo Ángeles pretendam melhorar a sua oferta, de 4,50 euros, terão que oferecer no mínimo 4,814 euros, pelo que o mercado está a descontar este movimento.

Salvador de Mello, presidente da José de Mello Saúde, anunciou ontem que a empresa decidiu retirar a OPA sobre a ES Saúde depois de ter tido conhecimento que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliário só aceitaria o registo da OPA depois de haver uma decisão da Autoridade da Concorrência sobre a concentração entre as duas empresas.

Este requisito impediria o registo da OPA a tempo útil de concorrer com as ofertas do Grupo Ángeles, que já está no mercado, e da Fidelidade, que deve arrancar na próxima semana. Apesar de ter desistido da OPA, Salvador de Mello adiantou que a empresa que lidera continua interessada na ES Saúde, pelo que decidiu manter o processo na Autoridade da Concorrência.

Segundo apurou o Negócios, a oferta pública de aquisição da Fidelidade sobre a Espírito Santo Saúde, em que é oferecida uma contrapartida de 4,72 euros, deverá arrancar já na próxima segunda-feira, 29 de Setembro. O que, de acordo com a lei, deverá prolongar, pelo menos por mais uma semana, a oferta da Ángeles sobre a mesma empresa. 

Havendo o efectivo registo da OPA, a Fidelidade, com os 4,72 euros, oferecerá uma contrapartida 4,89% superior à dos Ángeles. Caso os mexicanos queiram rever a contrapartida que pagam - 4,50 euros - terão de o comunicar até quatro dias após o lançamento da OPA concorrente.

Na corrida pela ES Saúde está também a norte-americana UnitedHealth. A dona da Amil, que tem os hospitais Lusíadas, ofereceu 4,75 euros pelos 51% que a Rioforte tem na Espírito Santo Saúde. A empresa do Grupo Espírito Santo anunciou contudo que prefere uma oferta pública de aquisição sobre 100% do capital e através do mercado.

A queda de hoje das acções, que se segue à descida de 0,61% registada ontem, baixou a capitalização bolsista da ES Saúde para 460 milhões de euros. A empresa ficou um máximo histórico de 4,97 euros na quarta-feira, 24 de Setembro. Face ao preço da OPV (3,20 euros), a companhia liderada por Isabel Vaz está agora a valorizar 50%. Desde 19 de Agosto, vésperas do anúncio da primeira oferta, a ES Saúde está a subir 22,1%.