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Estudo da ERC diz que há "33 formas de monetização" da comunicação social

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e o Centro de Estudos de Sociologia (CIES-IUL) traçaram cenários para os media em 2020, questionando formas de financiamento e de actuação dos jornalistas.

Cátia Barbosa/Negócios
17 de Setembro de 2015 às 13:22
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Há "33 formas de monetização" da comunicação social. Esta é uma das conclusões do estudo de Gustavo Cardoso, professor e investigador do ISCTE-IUL que traçou cenários e tendências para a comunicação social entre 2015 e 2020.

 

Os cenários a que chegou passam por fusões e aquisições mas isso, "tem um limite, de comprar a concorrência e adiar problemas", referiu. O segundo cenário passa por aumentar as lógicas de cobrança com paywalls e licenças. "Mas isto é o fim da net neutrality como sociedade", disse o professor. Ou então, separar a vertente social da económica do jornalismo, com subsídios e patrocínios. "Mas assim acaba o serviço público porque todas as empresas serão elegíveis para receber o financiamento", adiantou Gustavo Cardoso.

 

Face a isto, o professor usou analogias náuticas para descrever quais poderiam ser as actuações dos órgãos de comunicação social no futuro. "Arribar e corrigir a rota" que passa por estar numa situação de fora da rota e "tentar voltar à rota, mas isso tem custos de pessoal e financiamento", adiantou Gustavo Cardoso.

 

A segunda actuação passa por "navegar", mas isso implica eliminar a "net neutrality", o que permite ter tesouraria a curto prazo. A terceira, a que chamou "navegação de cabotagem" é a primazia das funções sociais, que só resulta com a vontade dos cidadãos, Fundações e Estado. E por fim, "navegar contra o vento", um modelo "centrado no jornalismo em rede, monetização de produtos e serviços", referiu o professor.

 

Os responsáveis de meios de comunicação que estiveram no debate optaram por defender a independência dos meios face à monetização. "Não devemos andar atrás de um determinado modelo económico mas aquilo em que acreditamos. A monetização é um momento posterior", disse Gonçalo Reis, presidente da RTP. Já Pedro Norton, CEO da Impresa, defendeu que não consegue "conceber que não consigamos casar a vertente social com a económica. São louváveis outras formas de financiamento, mas eu sou céptico. Para sermos incómodos temos que ser financeiramente robustos. Claro que é mais fácil de anunciar do que fazer na prática", reconheceu Norton. 

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