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PSD questiona Governo sobre a actuação da CGD na falência da Robcork

Na sequência da notícia do Negócios sobre a liquidação da Robcork, dois deputados do PSD consideram que a actuação da CGD na corticeira “suscita dúvidas e interrogações”, pelo que exigem do Governo esclarecimentos sobre a forma como o banco público “conduziu o processo”.

A CGD, que detém 63% dos créditos de 12,9 milhões de euros da Robcork, mandou a empresa para liquidação em Janeiro passado. Miguel Baltazar
16 de Março de 2018 às 12:13
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Numa pergunta entregue esta quinta-feira na Assembleia da República, dois deputados do PSD, Cristovão Crespo e José de Matos Rosa, aludem a uma notícia publicada no Negócios no dia anterior, intitulada "Estado empata 12 milhões em empresa que abriu e fechou", para questionarem o Governo sobre a actuação da CGD na liquidação da corticeira Robcork, de Portalegre.

 

"A actuação da Caixa Geral de Depósitos, principal financiador do projecto, suscita dúvidas e interrogações na forma como conduziu o processo e que não se coadunam com o declarado objectivo governamental", que criou "uma Unidade de Missão para a Valorização do interior, que visaria promover medidas de desenvolvimento do território do interior", consideram Cristovão Crespo e José de Matos Rosa.

 

"Não se percebe como é possível que uma empresa, após concluído o processo de investimento tecnológico, entre directamente em liquidação", interrogam-se.

 

A Robcork demorou seis anos para abriu, foi inaugurada em Março de 2015 mas parou pouco tempo depois. A CGD mandou-a para liquidação em Janeiro passado. O banco estatal tem a haver 8 milhões dos quase 12,2 milhões de euros de créditos de entidades estatais.  

"Tem o Governo conhecimento da situação identificada?" é a primeira de uma série de questões dirigidas ao ministro-adjunto e aos das Finanças e da Economia.

 

"Partilha o Governo a posição da Caixa Geral de Depósitos de ‘mandar para a liquidação’ a Robcork, quando foram apresentadas em vários momentos propostas de viabilização da empresa?", questionam também os dois deputados sociais-democratas.

 

No texto entregue no Parlamento, Cristovão Crespo e José de Matos Rosa exigem ainda saber "que iniciativas e medidas irá o Governo adoptar e desenvolver para corrigir a situação descrita", a qual, garante, "configura um grave prejuízo para a economia local e nacional".

 

E "dado o impacto das decisões tomadas", os deputados signatários desejam "informação circunstanciada do processo que levou à liquidação da empresa".

 

Robcork herdou trabalhadores da falida centenária Robinson, que precisa de intervenção urgente

 

Instalada na antiga unidade da multinacional Johnson Controls, que fechou as portas em 2007, arrastando para o desemprego mais de 200 trabalhadores, a Robcork laborou muito pouco tempo, com cerca de 40 trabalhadores, que "herdaram" da centenária Robinson, que faliu em 2009, ano em que foi publicamente anunciado o projecto da nova corticeira.

 

Curiosamente, esta quinta-feira, 16 de Março, é publicado em Diário da República uma resolução do Parlamento que recomenda ao Governo medidas que permitam a preservação e valorização do património industrial da Fábrica Robinson, instalada em Portalegre em 1837, por iniciativa de um grupo de ingleses, e que chegou a empregar perto de duas mil pessoas.

 

A resolução aprovada na Assembleia da República recomenda ao Governo, entre outras acções para o efeito, que "promova o diagnóstico da situação do património industrial e do edificado da Fábrica Robinson, parte do conjunto classificado de interesse público que integra a Igreja e o antigo Convento de São Francisco, calendarizando uma intervenção urgente para garantir a sua salvaguarda e determinando as medidas provisórias ou técnicas de protecção indispensáveis e adequadas para o efeito, nomeadamente as que revelam maior urgência".

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