"Estamos confiantes de que vamos conseguir explicar [às autoridades norte-americanas] porque é que acreditamos que a taxa não pode ser a que eles propuseram", disse Diogo da Silveira, à margem da conferência International Summit of Business Think Tanks, a ter lugar esta terça-feira, 22 de Setembro, no hotel Ritz, em Lisboa.

O CEO da Portucel adiantou que para já não há novidades sobre este tema e que a proposta final deverá ser apresentada num período de quatro meses. "Vamos continuar a dialogar com eles. Inicialmente à distância, o processo prevê que assim seja", diz o responsável, acrescentando que a prevista visita a Portugal destas autoridades irá permitir "mais diálogo e mais proximidade".

No que diz respeito ao apoio do Governo português nestas negociações, Diogo da Silveira assinalou que a Portucel tem tido "muito apoio quer a nível nacional, que a nível europeu", sendo que os contactos com as autoridades norte-americanas estão a ser lideradas pela firma portuguesa. 

A Portucel divulgou em Agosto que os EUA determinaram uma série de margens provisórias que têm de ser pagas pelas empresas estrangeiras que operam no mercado de venda de papel no país, tendo-lhe sido fixada uma margem provisória – que representa uma taxa aduaneira – de 29,53%.

"Esta medida permanecerá em vigor durante quatro meses, altura em que será determinada a margem de 'dumping' final que substituirá a provisória e que fixará a respectiva taxa anti-dumping", explicou o CEO no mesmo mês, aquando a apresentação dos resultados da empresa.

Diogo da Silveira adiantou também nesse momento que a empresa "não vai mudar nada nada em relação à presença nos Estados Unidos", que representam 10% das vendas da empresa, isto é, cerca de 150 milhões de euros.