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Negócio de 3,6 mil milhões pode levar Nobre e Fricarnes a capitais chineses

Empresas portuguesas fazem parte do grupo de activos que a Campofrío divide na Europa com a Smithfield Foods, norte-americana que vai ser comprada pelo gigante Shuanghui International Holdings

30 de Maio de 2013 às 14:43
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Por 4,72 mil milhões de dólares (ou 3,64 mil milhões de euros ao câmbio desta quinta-feira, dia 30 de Maio) a chinesa Shuanghui International Holdings e a norte-americana Smithfield Foods decidiram acordar a fusão dos seus activos, foi anunciado na quarta-feira pelas duas empresas.

 

A Shuanghui International Holdings, que é a maior accionista do grupo Henan Shuanghui Investments & development (“maior empresa da China de processamento de carne” segundo a sua definição) avalia a Smithfield Foods em 7,1 mil milhões de dólares. A norte-americana intitula-se “a maior processadora de carne de porco do mundo”, detendo um valor de facturação anual de 13 mil milhões de dólares.

 

O negócio, fizeram saber as duas companhias em comunicado conjunto emitido na quarta-feira, será realizado a 34 dólares por cada acção da norte-americana e “inclui a assumpção da dívida líquida da Smithfield Foods”. Deverá estar concluído no segundo semestre de 2013.

 

Campofrío dispara 5%, mas nada sabe

 

Esta manhã, os títulos da espanhola Campofrío subiram 5%, depois de ontem o regulador do mercado espanhol ter decidido suspender as acções.

 

Porquê? Porque o grupo Campofrío, dono das companhias portuguesas Indústrias de Carne Nobre e Fricarnes, é desde 2008 um grupo europeu, do qual a norte-americana Smithfield Foods é a maior accionista, com 37% do capital.

 

Os restantes accionistas da Campofrío, com sede em Madrid e fábricas em vários países, como Portugal, são o fundo Oaktree Capital (24%), a Caja Burgos (4%), Pedro e Fernando Balvé (12%) e a família Díaz.

 

Em comunicado emitido esta quarta-feira, e ainda antes de ser levantada a suspensão de negociação dos títulos em Madrid e Barcelona, a administração do grupo Campofrío Food afirmou que “não recebeu informação por parte da Shuanghui International Holdings respeitante à sua intenção sobre a participação da Smithfieldd Foods na Campofrío Food Group, nem quanto a uma eventual aplicação da operação do regime de ofertas públicas de aquisição para tomar o controlo indirecto”, com base na legislação de mercado espanhola. Até agora, garante a administração do grupo com sede em Madrid, o grupo chinês nada adiantou sobre uma eventual OPA.

 

Manter as marcas, pelo menos nos EUA

Facto é que no comunicado conjunto da norte-americana e da chinesa nada é falado sobre os activos fora dos EUA. O comunicado diz apenas que a Shuanghui “irá manter” as marcas e as prioridades estratégicas da Smithfield Foods, que irá honrar os compromissos assumidos pela norte-americana com os empregados, que não irá encerrar unidades e que a equipa de gestão irá manter-se a mesma.

 

Em 2008, a Smithfield Foods e a Campofrío decidiram acordar a troca dos activos europeus da norte-americana por 37% do capital da “nova” Campofrío. A Smithfield já era accionista em 25% da “antiga” Campofrío, antes da adição dos restantes activos da norte-americana na Europa.

 

A Nobre é detida por capitais estrangeiros desde 1993, altura em que o gigante norte-americano Sara Lee a comprou. Sete anos depois, a mesma companhia acordou vender a sua unidade de carne na Europa, à Smithfield Foods, por 575 milhões de dólares (458,49 milhões de euros ao câmbio da altura). Estratégia que a Smithfield repetiu, como já foi dito, dois anos depois.

 

Já a Fricarnes foi adquirida pela Campofrío em 1999.

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