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Antiga fábrica da Triumph prevê despedir 150 trabalhadores em Loures

O grupo parlamentar do PS reclama a intervenção do Governo para evitar o corte de 30% dos empregos na unidade de roupa interior e fatos de banho de Sacavém, comprada há pouco mais um ano pela Têxtil Gramax Internacional.

Alexander Schwarz, fundador da Gramax Capital, fotografado na fábrica da TGI em Loures.
12 de Dezembro de 2017 às 17:15
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A Têxtil Gramax Internacional (TGI) apresentou um plano de reestruturação para a antiga fábrica da Triumph, localizada no concelho de Loures, em que "aponta para a redução de 150 postos de trabalho". A denúncia é feita pelo grupo parlamentar do PS, aludindo às "fortes e legítimas preocupações" dos trabalhadores, que podem ficar "lesados no seu legítimo direito constitucional ao trabalho".

 

Os deputados socialistas Ricardo Leão, Susana Amador, Diogo Leão e Vitalino Canas asseguram que, através do sindicato do sector e dos trabalhadores, tiveram conhecimento de que a administração da TGI "alega não ter carteira de clientes para fazer face aos custos existentes", denunciando ainda que "muitos dos funcionários encontram-se em casa há já algum tempo por não existir fluxo de trabalho". O Negócios está a tentar contactar a administração da TGI, ainda sem sucesso.

Na sequência da decisão da Triumph de desinvestir na produção industrial em Portugal, tomada em meados de 2015, a antiga fábrica de roupa interior da multinacional em Sacavém acabou por ser comprada em Setembro do ano seguinte pela Gramax Capital. O grupo de investimento fundado em 2011 por Alexander Schwarz e Achim Pfeffer, com sede na Suíça e na Alemanha, garantiu na altura a manutenção dos cerca de 500 postos de trabalho e a continuidade da empresa, que facturou perto de 20 milhões de euros no ano passado.

 

A administração da Têxtil Gramax Internacional alega não ter carteira de clientes para fazer face aos custos existentes. Muitos dos funcionários encontram-se em casa há já algum tempo por não existir fluxo de trabalho. nota do grupo parlamentar do ps

A 4 de Janeiro deste ano, Manuel Pereira, o presidente executivo da TGI, sociedade portuguesa de capital suíço, anunciou um investimento de mais de um milhão de euros para modernizar a unidade têxtil, que abrange perto de 13 mil metros quadrados. Fê-lo perante o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, que falou numa "viragem positiva" e numa "alteração de quadro" por parte de uma "empresa que estava a sair do país, ia desinvestir e que se tinha resignado a não encontrar alternativas".

 

"Foi reconhecido pelos novos investidores que havia aqui uma capacidade de produção interessante, uma resposta em tempo rápido que era possível desenvolver e uma qualidade de produção difícil de encontrar noutras partes do mundo. Hoje temos uma empresa que, em vez de estar a fechar, está a investir. Está a criar novos postos de trabalho, está a dar formação aos trabalhadores em novas áreas e tem já um leque novo de clientes que garante um futuro interessante para esta empresa", sustentou então o governante.

 

PS pede apoios públicos

 

Lembrando precisamente "o esforço" colocado por Caldeira Cabral nessa fase para manter aquele meio milhar de empregos – é o maior empregador deste concelho do distrito de Lisboa –, os deputados do PS questionam a tutela sobre "quais as medidas que podem ser adoptadas para evitar a redução destes postos de trabalho" e que "medidas de apoio a esta unidade fabril podem ser desenvolvidas, utilizando todos os mecanismos de apoio estatal, para inverter esta realidade".

 

Há menos de um ano, nessa mesma visita à unidade industrial, também o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, destacava que "esta fábrica não só [continuava] a funcionar, como [alargava] as suas perspectivas de futuro, numa forma que [lhe] dava a segurança de poder vir a ter durante muitos e bons anos esta fábrica têxtil a funcionar no concelho" em que o comunista acabou por ser reeleito nas últimas eleições autárquicas.

A nota pública sobre as dificuldades da TGI surge poucos dias depois de o Negócios noticiar que se apresentaram à insolvência várias empresas do grupo Ricon, que detém a rede de lojas Gant em Portugal e emprega quase 800 trabalhadores. Pedro Pidwell, gestor de insolvência da "holding" do BES ou da construtora Soares da Costa, foi escolhido pelo Tribunal de Comércio de Vila Nova de Famalicão para acompanhar este processo.

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