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Governo coloca-se à margem dos problemas na antiga fábrica da Triumph

O Ministério da Economia ignora os apelos do PS e PCP para ajudar a empresa têxtil, que emprega 463 pessoas em Loures. O sindicato garante que a administração da TGI já decidiu "avançar com um processo de insolvência".

Alexander Schwarz, fundador da Gramax Capital, fotografado na fábrica da TGI em Loures.
21 de Dezembro de 2017 às 18:37
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O Ministério da Economia recusa intervir no dossiê que pode conduzir à falência da antiga fábrica da Triumph, que emprega 463 trabalhadores em Loures, segundo uma denúncia feita pelo Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Curtumes do Sul (Sintevcc).

 

"Acompanhamos [o processo] com preocupação, esperando que consigam encontrar financiamento e reforçar a carteira de clientes, mantendo o máximo de emprego", limitou-se a referir fonte oficial do Ministério tutelado por Manuel Caldeira Cabral, questionado pelo Negócios sobre quais as medidas e os mecanismos de apoio estatal que podiam ser accionados, na sequência de um apelo nesse sentido feito pelo grupo parlamentar do PS.

 

Como o Negócios noticiou a 12 de Dezembro, a Têxtil Gramax Internacional (TGI), proprietária desta histórica unidade industrial localizada em Sacavém, apresentou um plano de reestruturação que previa a redução de 150 postos de trabalho. No dia seguinte, segundo fonte sindical, os trabalhadores foram informados da "decisão de avançar com um processo de insolvência" pela administração liderada por Manuel Pereira, que não respondeu aos contactos e pedidos de informação do Negócios.

 

"A TGI não conseguiu criar uma carteira de encomendas que assegure a sua continuidade. Já vendeu uma parte do património em Camarate, reduziu as retribuições dos trabalhadores entre 40% a 50%, através da redução dos prémios de produção. De 1 de Outubro a 15 de Novembro, mais de 50% dos trabalhadores da produção estiveram em casa por falta de trabalho", descreve o Sintevcc. Há menos de um ano, a empresa anunciara um investimento de mais de um milhão de euros para modernizar a unidade têxtil.

 

Numa nota à imprensa, este sindicato afecto à CGTP, representado na direcção por Cristina Pereira, refere ainda que os trabalhadores, que esta quinta-feira, 21 de Dezembro, se manifestaram no Largo do Camões, em Lisboa, não receberam a totalidade do ordenado de Novembro nem o subsídio de Natal, "sendo também previsível que não paguem o salário de Dezembro".

 

Também o grupo parlamentar do PCP já descreveu a situação como "da maior gravidade" e falou de um "sério prejuízo para as famílias e para a realidade económica e social do concelho e do distrito". Os comunistas, que lideram a autarquia local, também pediram ao Governo liderado por António Costa para recorrer "a todos os instrumentos ao seu alcance para impedir o encerramento da empresa TGI, a redução dos postos de trabalho e assegurar o cumprimento dos direitos dos trabalhadores".

 

Esta antiga fábrica de roupa interior da Triumph foi comprada em Setembro de 2016 pela Gramax Capital, na sequência da decisão da multinacional de desinvestir na produção industrial em Portugal. O grupo de investimento fundado em 2011 por Alexander Schwarz e Achim Pfeffer, com sede na Suíça e na Alemanha, garantiu na altura a manutenção do quase meio milhar de postos de trabalho e a continuidade da empresa, que garantiu ter facturado perto de 20 milhões de euros no ano passado.

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