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Vencedores do primeiro leilão eólico offshore podem ser revelados só em 2024

De acordo com a secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia, o Governo terá "um trabalho intenso durante o verão" para conseguir lançar o primeiro leilão eólico offshore até ao final de 2023.

Ana Fontoura Gouveia, secretária de Estado da Energia e Clima.
Pedro Ferreira
30 de Maio de 2023 às 14:08
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A secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia, confirmou esta terça-feira que o primeiro leilão de energia eólica offshore será lançado até ao final de 2023, o que não quer dizer que os vencedores do mesmo sejam conhecidos ainda este ano. 

Questionada pelos jornalistas à margem da Lisbon Enegy Summit, que decorre até 1 de junho na Feira Internacional de Lisboa (FIL), a governante avançou que o nome das empresas vencedoras da primeira licitação de lotes ao largo da costa portuguesa para instalar turbinas eólicas poderá ser revelado mais tarde, o que em princípio atira essa fase do leilão para o próximo ano. 

Quanto a prazos, o diretor-geral da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, José Carlos Simão, disse na semana passada que poderão ir a leilão entre 1,5 e 2 GW no último trimestre de 2023. Isto porque, prevê o responsável da DGRM o plano de situação final com vista à realização do leilão só deverá ficar pronto no mês de outubro. 

Para já, está a decorrer ainda uma avaliação ambiental estratégica "por uma entidade terceira" em paralelo com a proposta de plano de afetação, que cabe à DGRM (com mais 21 entidades), com fim à vista em setembro deste ano.  

"Lançámos o leilão ainda este ano, certamente, e com isso iniciamos um processo que será gradual. Porque vamos lançar mais leilões ao longo dos próximos anos. E é assim que deve ser neste momento de inovação tecnológica na produção offshore flutuante", disse a secretária de Estado. 

Quantos aos primeiros quatro lotes que irão a leilão este ano (um em Viana do Castelo, dois na Figueira da Foz e outro em Sines, até um máximo de 2 GW), como já avançou o diteror-geral da DGRM na semana passada, Ana Fontoura Gouveia disse apenas que "as áreas do norte do país são as que têm melhores condições para a produção eólica offshore, por isso é natural que comecemos por aí".

"Todo o planeamento vai depender do relatório técnico final do grupo de trabalho, que está a ser feito" e que deverá ser entregue ao Governo até esta quarta-feira, 31 de maio. Depois disso, garante a secretária de Estado da Energia, "teremos um trabalho intenso durante o verão". "A decisão política seguirá sempre o trabalho técnico. O primeiro leilão será seguramente acima de 1 GW", assegurou. 

"Se queremos lançar o leilão ainda este ano - e estamos determinados a fazê-lo -, o processo tem de ser célere com base neste trabalho técnico. Queremos fazê-lo o mais rapidamente possível. Não me posso comprometer com uma data mas estamos empenhados em assegurar que durante o verão esses trabalhos decorrem para que o mercado fique informado das condições do leilão", garantiu ainda Ana Fontoura Gouveia.

A governante disse também que o lançamento dos leilões com um modelo que implique mais do que um momento de licitação "é uma opção possível". "Estamos a tentar assegurar que o modelo concursal garante o melhor resultado possível e possa evoluir ao longo do tempo, já que a tecnologia eólica flutuante está ainda num momento inicial".  

Meta de hidrogénio verde em Portugal até 2030 pode até triplicar 

Aos jornalistas, a secretária de Estado da Energia avançou ainda que a Estratégia Nacional para o Hidrogénio lançada pelo Governo está já desatualizada, com as metas de produção deste gás renovável no país a poderem triplicar até 2030.  

"Tínhamos uma estratégia nacional para o hidrogénio verde que neste momento precisa de ser atualizada, porque foi feira num contexto completamente diferente. Os fatores de competitividade do país permitiram-nos atrair muitos projetos da cadeia de valor do hidrogénio verde e neste momento, face à capacidade prevista, poderemos multiplicar a produção por um fator de dois ou de três", disse. 

Até ao final da década o Governo estabeleceu como meta 2,5 GW de eletrolisadores. "Neste momento estaremos a falar do dobro ou do triplo, já com intenções de investimento firmes em Portugal. Precisamos de hidrogénio verde para descarbonizar a indústria já existente, mas também para atrair novas indústrias, como os combustíveis sustentáveis para a aviação", acrescentou.

Além disso, o hidrogénio verde está também a ser avaliado no contexto de uma estratégia nacional de armazenamento de energia.
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