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Primeiro leilão eólico offshore deverá ter mais de 1 GW de capacidade, diz ministro

Duarte Cordeiro avançou também que as primeiras zonas leiloadas deverão ser as do norte do país. "Tentaremos sempre começar pelas zonas de maior interesse. Diria intuitivamnete, que o mais natural é começar de norte para sul", antecipou o ministro do Ambiente.

O ministro Duarte Cordeiro considera que o mecanismo ibérico dará “segurança” e “previsibilidade”.
Rodrigo Antunes/Lusa
24 de Maio de 2023 às 10:42
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O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, avançou esta quarta-feira que o primeiro leilão de energia eólica offshore em Portugal deverá ter mais de 1 GW de capacidade em concurso e aberta a licitações, para ir ao encontro das várias manifestações de interesse que já foram apresentadas por parte dos promotores dos futuros projetos de energia eólica no mar português.   

"Parte muito do que é a dimensão mínima estabelecida por parte das sinalizações de interesse dos vários interessados. Terá de ser feito esse trabalho com base numa discussão pública. E seguir terá lugar progressivamnete um conjunto de leilões que será sempre superior a essa intenção", disse o ministro aos jornalistas à margem da primeira edição da conferência Oceanic Renewables Summit, organizada pela APREN - Associação Portuguesa de Energias Renováveis.  

Apesar de não querer comprometer-se já "em relação à dimensão do primeiro leilão", quando questionado sobre se o primeiro leilão de energia eólica offshore no país poderá ser superior a 1 GW, Duarte Cordeiro anuiu, avançando também que as primeiras zonas leiloadas deverão ser as do norte do país. 

"Tentaremos sempre começar pelas zonas de maior interesse. Diria intuitivamnete, que o mais natural é começar de norte para sul", antecipou.

A poucos dias do fim do prazo para a entrega do relatório final do grupo de trabalho tripartido para as eólicas offshore, a 31 de maio, o governante também não avança para já uma data concreta para a realização do leilão, mantendo que acontecerá "até ao final do ano", tal como já tinha sido dito pelo primeiro-ministro António Costa.

"Ainda falta a aprovação no Conselho de Ministros do Plano de Ordenamento Costeiro, e só depois disso poderá ser lançado o primeiro leilão. Estamos comprometidos com esse objetivo até ao final deste ano e  tentaremos que seja o mais breve possível. Sabemos que existe muito interesse por parte das empresas e o Governo também tem interesse em que o primeiro leilão possa ser rápido", esclareceu Duarte Cordeiro. 

E frisou também: "Vamos fazer este leilão e forma progressiva para tentarmos perceber o comportamento de mercado relativamente quer a preços quer a tipologia de propostas".

Antes da realização do leilão, durante o ano de 2023, há todo um cronograma a cumprir, estabelecido pela secretaria de Estado da Energia e Clima , que inclui a aprovação do plano de ordenamento costeiro  pelo Governo, estando em paralelo a decorrer uma avaliação de impacto ambiental estratégica que deverá ficar concluída ao mesmo tempo do que o plano de afetação. "Tudo isto para cumprir o objetivo estratégico que temos de lançar o primeiro leilão ainda este ano".  

Quanto a possíveis atrasos na entrega do relatório final do grupo de trabalho, o ministro disse esperar que o prazo seja cumprido. "Não tenho nenhuma informação em contrário. Se existir algum atraso também será muito insignificante".

Neste momento, e a par do processo do leilão, o Governo está também a formalizar a Zona Livre Tecnológica de Energias Renováveis Offshore, localizada em Viana do Castelo e destinada a projetos de I&D para a produção de energia elétrica a partir de fontes oceânicas. "A delimitação deste zona esteve já em consulta pública e a sua formalização deverá concretizar-se ainda em 2023", disse. É precisamente nesta zona que se encontra localizado o projeto eólico offshore flutuante Windfloat Atlantic, da Ocean Winds (EDP e Engie), com três turbinas e 25 MW de capacidade. 

Ambição eólica offshore em Portugal passa de 300 MW para 10 GW com novo PNEC

No seu discurso de abertura, Duarte Cordeiro tinha já dito que o país quer avançar para 2026 o objetivo de alcançar 80% de fontes renováveis na produção de eletricidade, meta que será espelhada na nova versão do Plano de Energia e Clima, que se encontra neste momento em revisão. Além disso, o documento incluirá também as expectativas de crescimento da procura tendo em conta "as variadíssimas manifestações de interesse de investimentos em Portugal em vários domínios e em particular na área do hidrogénio em Sines", região onde se concentra o maior vale de hidrogénio do país

Neste momento, o PNEC prevê a instalação de 300 MW de eólicas offshore até 2030, valor que na versão do plano será multiplicado mais de 30 vezes para alcançar a ambição do Governo de chegar ao fim da década com 10 GW de turbinas eólicas no mar, através de leilões. "Será uma alteração muito significativa do Plano Nacional de Energia e Clima", disse o ministro, acrescentando que não faltará procura já que são muitos os players internacionais que já apresentaram o seu interesse de participar em leilões offshore, sozinhos ou em consórcio". 

Com as áreas para a implementação das eólicas offshore já apresentadas em setembro de 2022, o governante explicou que "decorre neste momento o processo de elaboração do plano de afetação, que após aprovação integrará o plano de situação do ordenamento do espaço marítimo a aprovar em Concelho de Ministros". Duarte Cordeiro confirmou também que a capacidade de 10 GW de energia eólica offshore será "leiloada de forma faseada a partir de 2023", faseamento este que "pretende responder às expetativas de aumento da procura de eletricidade e tirar partido da redução de custo que se espera no futuro", com o aumento da capacidade instalada mundialmente dos atuais 120 MW para 10 a 25 GW. 

O Governo espera que o investimento nos 10 GW de eólicas no mar ascenda a cerca de 40 mil milhões, a maior fatia de um total de 60 mil milhões de investimentos esperados para o setor energético português até 2030.
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