O preço do gás natural vai subir cerca de 50% na Ucrânia a partir do próximo dia 1 de Maio para os consumidores privados, segundo um comunicado da Naftogaz Ucrânia, citado pela Europapress.

Os preços do gás vão aumentar gradualmente até alcançarem os níveis indicados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), explicou o presidente do monopólio energético ucraniano, Yuri Kolbushkin, segundo a publicação.

Este aumento acontece depois da empresa de gás natural russa Gazprom anunciar cortes nos descontos à Ucrânia. "Nestas condições, quando a Ucrânia não cumpre as suas obrigações, não cumpre os acordos que se alcançaram com a concessão de um desconto como parte de um contrato, a Gazprom decidiu não continuar a conceder este desconto a partir do próximo mês", disse o presidente da gigante, Alexei Miller, citado por agências de notícias russas.

O ministro da Energia da Rússia já tinha dito que não via razão para renovar o contrato entre a Gazprom e a Ucrânia que concedia uma redução no preço que o país paga pela energia vinda da Rússia - um acordo negociado em 2013 e que previa uma redução no preço até Março deste ano.

A Gazprom foi, até ao início da discussão da anexação da Crimeia, o maior fornecedor de energia, garantindo mais de metade do gás consumidos pelo país. A dívida de 1,5 mil milhões de dólares (cerca de 1.085 milhões de euros) que Kiev tem com a fornecedora já levou a empresa a ameaçar suspender por completo o forncecimento de energia.

O Governo de Kiev está em negociações com representantes do FMI, encarregados de desenhar um programa de reformas e medidas de ajuste para a Ucrânia integrados num plano de assistência entre os 15.000 e os 20.000 milhões de dólares (10.870 e 14.492 milhões de euros).