O gás natural proveniente da Gazprom para a Ucrânia está 44% mais caro a partir desta terça-feira, 1 de Abril. A garantia deixada aquando do início da crise na Ucrânia começou hoje a ser cumprida, num gesto que aperta ainda mais a corda que permanece amarrada à garganta das autoridades de Kiev.

Segundo a Bloomberg, a empresa energética estatal Gazprom refere que Kiev deve mais de 1,7 mil milhões de dólares (cerca de 1,23 mil milhões de euros) referentes ao fornecimento de gás desde o primeiro dia de 2013.

Os descontos tinham sido renegociados no último ano pelo Presidente deposto Viktor Yanukovych, depois da suspensão das negociações de adesão da Ucrânia à União Europeia. Com a reaproximação de Kiev à Europa e decorrente afastamento face a Moscovo a partir de Fevereiro deste ano foi, desde logo, assinalado o fim das concessão de descontos por parte da Gazprom.

"O desconto sobre o gás já não pode ser utilizado", disse o CEO da energética russa, Alexey Miller, citado pela Bloomberg. Miller justifica esta impossibilidade com o facto de Kiev ainda não ter saldado a dívida que já vem desde o ano anterior.

As graves dificuldades económicas da Ucrânia ficam agora numa situação ainda mais precária. O Fundo Monetário Internacional deverá disponibilizar, no final deste mês, o primeiro pacote de ajuda financeira a Kiev, no valor de 15 mil milhões de dólares (cerca de 10,8 mil milhões de euros) . As autoridades ucranianas terão, em troca, de iniciar um plano de reformas que vise uma correcta acomodação destes meios financeiros.