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Energias renováveis recuaram 22% em 2015 devido à seca

A falta de chuva provocou um recuo de 40% na produção de energia hídrica. Ao mesmo tempo, a energia solar cresceu 10%, enquanto a energia eólica ultrapassou a hídrica. Já a produção a partir de carvão cresceu mais de 20%.

Funcionários caminham entre os painéis solares na central de energia solar operada pela Kyocera TCL Solar LLC, na Sakasamaike Pond, em Kasai, no Japão. Esta é a maior central de energia solar flutuante do mundo.
Bloomberg
14 de Janeiro de 2016 às 15:20
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A seca que assolou Portugal em 2015 provocou um recuo na produção de energia renovável. Entre Janeiro e Dezembro do ano passado, a produção recuou 14,5 pontos percentuais face a 2014.

Apesar deste abrandamento, a produção de electricidade a partir de fontes renováveis foi responsável pela maioria da energia eléctrica produzida em Portugal: um total de 50,4% face aos 49,6% que tiveram origem fóssil.

Os dados foram divulgados esta quinta-feira, 14 de Janeiro, pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN).

Destrinçando os dados, foram registados marcos importantes no ano passado, tanto na energia solar como na energia eólica. A solar fotovoltaica foi a energia que registou o maior aumento em termos de potência instalada, ao crescer 10%. Durante o ano bateu por várias vezes recordes de produção, mas o seu peso no total das renováveis é ainda baixo (1,6%).

A eólica, por seu turno, destronou a hídrica da liderança e tornou-se na energia limpa mais produzida em 2015: 22,5% de energia produzida a partir do vento contra 19,1% de grandes e pequenas centrais hídricas. No terceiro lugar, segue-se a biomassa com 5,1%.

Poupanças de 1.100 milhões de euros 

É de destacar que Portugal vendeu menos energia ao exterior em 2015, com a exportação a cair 40% face a 2014. Já a compra de energia lá fora aumentou 2,7 pontos.

Feitas as contas, a produção de electricidade de origem renovável permitiu poupanças no valor e 1.100 milhões de euros na compra de combustíveis fósseis - gás natural e carvão.

Olhando para as energias fósseis, o carvão foi o rei na produção de energia em 2015, responsável por 27,1% da produção de electricidade em Portugal, ao crescer 24%. Ao gás natural coube uma fatia de 10,4%, tendo crescido mais de 200%.

Como refere a associação liderada por António Sá da Costa, a produção de electricidade nas centrais de Sines e do Pego cresceu face a 2014, devido ao preço baixo do carvão nos mercados internacionais e ao reduzido custo das emissões de dióxido de carbono", associado à seca que assolou Portugal.

Ora, estes factores têm assim "bloqueado o investimento em tecnologias de produção sustentável com capacidade para colmatar necessidades do sistema elétrico como a solar fotovoltaica e a bombagem hidroelétrica".

A APREN alerta que as metas europeias de produção de energia renovável para 2020 estão em risco, depois de nos últimos anos ter-se "verificado um enfraquecimento da política e estratégia nacional para o sector".

Portugal continua ainda longe dos objectivos definidos para daqui a quatro anos: 60% de produção a partir de fontes renováveis, isto é, mais 10 pontos face ao registado em 2015.

Neste quadro, a APREN considera que é "urgente e oportuno avaliar o passado e repensar o futuro, transmitindo sinais de estabilidade aos stakeholders do sector que promovam o investimento e o desenvolvimento das tecnologias mais competitivas e com margem de progressão no sector elétrico nacional".
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