Notícia
EDP Renováveis reduz investimento em três mil milhões de euros até 2026
Em termos de adição de nova capacidade renovável, a elétrica prevê somar 3 GW por ano em 2025 e 2026, com 84% na Europa e América do Norte ("mercados que apresentam menores risco", de acordo com o CEO). A meta fica abaixo dos 4 GW anuais previstos anteriormente.
A EDP Renováveis decidiu rever o seu plano estratégico até 2026 e vai reduzir o investimento em três mil milhões de euros, para 12 mil milhões de euros nestes três anos, já a partir de 2024, anunciou esta quinta-feira o CEO Miguel Stilwell d'Andrade. "O contexto do mercado mudou rapidamente nos últimos 12 meses, levando a uma recalibração das metas de investimento para 2025 e 2026, apresentadas ao mercado em 2023", explicou. No ano passado, a empresa deu conta de querer investir 20 mil milhões de euros entre 2023 e 2026.
A notícia já tinha sido parcialmente avançada há menos de um mês por Miguel Stilwell d’Andrade, em entrevista ao Negócios: nessa altura, o CEO da EDP confirmou que a empresa iria rever o seu plano estratégico (apresentado em fevereiro de 2023) não só em termos de investimento e grande objetivos para os próximos anos, mas também de megawatts e capacidade renovável a instalar. O responsável explicou nessa altura que o atual contexto de juros altos e preços de energia baixos obrigou a empresa a "calibrar" as suas ambições até 2026.
Depois de a EDP Renováveis ter dado conta na manhã desta quinta-feira que atingiu lucros de 68 milhões no primeiro trimestre de 2024 (+4% do que no período homólogo), na 'call' com analistas Stilwell revelou finalmente os detalhes desta revisão estratégica do plano de negócio da empresa. Desta forma, a EDP Renováveis vai investir entre 2024 e 2026 cerca de 12 mil milhões euros: 47% na América do Norte; 25% na Europa; 16% na Ocean Winds (consórcio com a francesa Engie para o eólico offshore) e outras decisões finais de investimento; 6% no Brasil e 7% no resto do mundo.
"Vamos ter menos investimento nestes anos, para equilibrar as contas e privilegiar os ganhos em vez do volume. E vamos também ser mais criteriosos nos MW que escolhemos instalar", disse Stilwell aos analistas, acrescentando que esta revisão "reflete uma análise profunda" para "recalibrar os objetivos face ao atual contexto de preços, regulação, taxas de juro".
Em termos de tecnologias, 45% deste investimento destina-se a energia solar e 20% ao eólico, somando-se ainda 16% no eólico offshore, 10% no solar descentralizado e 9% em baterias. A EDP garante também que está a "olhar atentamente para a compra de posições minoritárias em ativos já existentes para melhorar o ‘cash flow’".
Quanto a adição de nova capacidade renovável, depois de ter instalado 500 MW entre janeiro e março de 2024, a elétrica prevê somar 3 GW por ano em 2025 e 2026 (abaixo da anterior meta anual de 4 GW), com 84% na Europa e América do Norte (por serem "mercados que apresentam menores riscos", de acordo com o CEO), 8% no Brasil e 8% no resto do mundo. Com este aumento, está previsto uma subida de 13% na produção de energia renovável (de 40/42 TWh em 2024 para 50/52 TWh em 2026), sendo que esta eletricidade será vendida no mercado a preços 7% mais baixos (de 61 euros por MWh em 2023 para 53/54 euros/MWH em 2024 e 50 euros/MWh em 2026).
No total, trata-se de um aumento de 10 GW entre 2024 e 2026 (12 GW entre 2023 e 2026), sendo que destes 70% já estão assegurados (7 GW), faltando assegurar ainda 3 GW. Nas tecnologias, 60% serão adições de solar, 17% de eólico, 9% de solar descentralizado, 7% de eólico offshore e 7% de baterias.
Na rotação de ativos, a EDP espera receitas de 1,7 mil milhões de euros entre 2024 e 2026, depois e já ter conseguido esse valor entre 2021 e 2023, com ganhos esperados de 300 milhões de euros este ano e também em 2026 (500 milhões em 2023).
A empresa atualizou também as suas expectativas financeiras para 2024 e 2024. No lucro líquido recorrente, a EDP espera cerca de 400 milhões de euros este ano (com um EBITDA de recorrente de 1,9 mil milhões), enquanto para 2026 prevê 700 milhões de lucros recorrentes (+11%) e 2,4 mil milhões de EBITDA (+9% ou + 15% sem contabilizar os ganhos das rotações de ativos).
Entre 2023 e 2026, o grupo EDP no seu total tinha como meta investir 25 mil milhões de euros: 80% em renováveis e 15% em redes; 40% na Europa e outros 40% nos EUA. Além disso, tinha também como ambição investir 40 milhões em 20 projetos de hidrogénio verde e instalar mais 20 GW de renováveis nos próximos cinco anos: desta forma a empresa deveria duplicar a sua capacidade solar e eólica até 2025.
"Vamos claramente rever o nosso plano de investimento em termos de megawatts e de grandes objetivos para os próximos anos. E adequá-lo ao novo contexto de preços da energia em queda e custo do financiamento em alta", disse Stilwell em entrevista ao Negócios, garantindo que a empresa vai "continuar a investir, seguramente, algumas dezenas de milhares de milhões de euros. Mas em função do atual contexto, temos de calibrar esse investimento entre as diferentes geografias e também ao longo dos próximos anos".
Questionado sobre se esta revisão do plano estratégico vai baixar o nível de ambição da EDP, Stilwell respondeu na mesma entrevista que "a ambição continua a ser muito grande". "Em 2024 vamos instalar próximo de 4 GW. Multiplicámos quase por seis vezes o ritmo de crescimento. Olhando para a frente, temos que encontrar um ponto de equilíbrio. E temos conseguido captar capital e investidores", explicou, rematando: "As empresas vão adequando os seus planos de investimento e os seus resultados ao contexto e, portanto, é algo perfeitamente normal".
A notícia já tinha sido parcialmente avançada há menos de um mês por Miguel Stilwell d’Andrade, em entrevista ao Negócios: nessa altura, o CEO da EDP confirmou que a empresa iria rever o seu plano estratégico (apresentado em fevereiro de 2023) não só em termos de investimento e grande objetivos para os próximos anos, mas também de megawatts e capacidade renovável a instalar. O responsável explicou nessa altura que o atual contexto de juros altos e preços de energia baixos obrigou a empresa a "calibrar" as suas ambições até 2026.
"Vamos ter menos investimento nestes anos, para equilibrar as contas e privilegiar os ganhos em vez do volume. E vamos também ser mais criteriosos nos MW que escolhemos instalar", disse Stilwell aos analistas, acrescentando que esta revisão "reflete uma análise profunda" para "recalibrar os objetivos face ao atual contexto de preços, regulação, taxas de juro".
Em termos de tecnologias, 45% deste investimento destina-se a energia solar e 20% ao eólico, somando-se ainda 16% no eólico offshore, 10% no solar descentralizado e 9% em baterias. A EDP garante também que está a "olhar atentamente para a compra de posições minoritárias em ativos já existentes para melhorar o ‘cash flow’".
Quanto a adição de nova capacidade renovável, depois de ter instalado 500 MW entre janeiro e março de 2024, a elétrica prevê somar 3 GW por ano em 2025 e 2026 (abaixo da anterior meta anual de 4 GW), com 84% na Europa e América do Norte (por serem "mercados que apresentam menores riscos", de acordo com o CEO), 8% no Brasil e 8% no resto do mundo. Com este aumento, está previsto uma subida de 13% na produção de energia renovável (de 40/42 TWh em 2024 para 50/52 TWh em 2026), sendo que esta eletricidade será vendida no mercado a preços 7% mais baixos (de 61 euros por MWh em 2023 para 53/54 euros/MWH em 2024 e 50 euros/MWh em 2026).
No total, trata-se de um aumento de 10 GW entre 2024 e 2026 (12 GW entre 2023 e 2026), sendo que destes 70% já estão assegurados (7 GW), faltando assegurar ainda 3 GW. Nas tecnologias, 60% serão adições de solar, 17% de eólico, 9% de solar descentralizado, 7% de eólico offshore e 7% de baterias.
Na rotação de ativos, a EDP espera receitas de 1,7 mil milhões de euros entre 2024 e 2026, depois e já ter conseguido esse valor entre 2021 e 2023, com ganhos esperados de 300 milhões de euros este ano e também em 2026 (500 milhões em 2023).
A empresa atualizou também as suas expectativas financeiras para 2024 e 2024. No lucro líquido recorrente, a EDP espera cerca de 400 milhões de euros este ano (com um EBITDA de recorrente de 1,9 mil milhões), enquanto para 2026 prevê 700 milhões de lucros recorrentes (+11%) e 2,4 mil milhões de EBITDA (+9% ou + 15% sem contabilizar os ganhos das rotações de ativos).
Entre 2023 e 2026, o grupo EDP no seu total tinha como meta investir 25 mil milhões de euros: 80% em renováveis e 15% em redes; 40% na Europa e outros 40% nos EUA. Além disso, tinha também como ambição investir 40 milhões em 20 projetos de hidrogénio verde e instalar mais 20 GW de renováveis nos próximos cinco anos: desta forma a empresa deveria duplicar a sua capacidade solar e eólica até 2025.
"Vamos claramente rever o nosso plano de investimento em termos de megawatts e de grandes objetivos para os próximos anos. E adequá-lo ao novo contexto de preços da energia em queda e custo do financiamento em alta", disse Stilwell em entrevista ao Negócios, garantindo que a empresa vai "continuar a investir, seguramente, algumas dezenas de milhares de milhões de euros. Mas em função do atual contexto, temos de calibrar esse investimento entre as diferentes geografias e também ao longo dos próximos anos".
Questionado sobre se esta revisão do plano estratégico vai baixar o nível de ambição da EDP, Stilwell respondeu na mesma entrevista que "a ambição continua a ser muito grande". "Em 2024 vamos instalar próximo de 4 GW. Multiplicámos quase por seis vezes o ritmo de crescimento. Olhando para a frente, temos que encontrar um ponto de equilíbrio. E temos conseguido captar capital e investidores", explicou, rematando: "As empresas vão adequando os seus planos de investimento e os seus resultados ao contexto e, portanto, é algo perfeitamente normal".