Notícia
EDP vai investir 300 milhões na Alemanha até 2026
O objetivo da elétrica é instalar 500 MW de energia renováveis no país nos próximos três anos.
O CEO da EDP, Miguel Stilwell d'Andrade, anunciou esta quinta-feira em Munique, na Alemanha, à margem da conferência We Choose Earth, que a empresa tem planos para investir 300 milhões de euros na maior economia europeia até 2026. O objetivo da elétrica é instalar 500 MW de energia renováveis no país nos próximos três anos.
Para este ano, o CEO espera que possa já ser inaugurada a primeira central solar da EDP na Alemanha, país onde a empresa entrou há dois anos através da compra da Kronos Solar. Para este primeiro projeto, Stilwell estima uma capacidade instalada de 50 MW.
A Alemanha foi a geografia europeia escolhida este ano pela EDP para realizar a segunda edição da conferência sobre sustentabilidade We Choose Earth. "A Alemanha é obviamente um mercado muito grande para nós, com um potencial de crescimento enorme e claramente comprometido com a transição energética. Já fez o fecho das centrais nucleares, está em processo de fecho das centrais a carvão e tem planos de crescer muito nas renováveis, seja eólica, seja solar", explicou o CEO aos jornalistas à margem da conferência. E acrescentou: "Estar aqui na Alemanha é obviamente crítico. Entrámos no país em 2022 e temos vindo a procurar crescer ao longo deste período".
Quanto à inauguração do primeiro projeto solar na Alemanha. Miguel Stilwell aponta para que possa acontecer ainda este ano. "Estamos a trabalhar nisso. Muito provavelmente ainda em 2024 e estamos a falar de cerca de 50 megawatts. Até 2026 estamos a procurar fazer 500 megawatts na Alemanha. Estamos a falar de mais de 300 milhões de euros de investimento. E depois obviamente queremos crescer bastante mais para além de 2026. É uma aposta de longo prazo", disse.
Sobre a revisão do plano estratégico da empresa, anunciado recentemente, que resultou numa revisão em baixa do investimento (tanto na EDP como na EDP Renováveis) e dos megawatts a instalar até 2026, o CEO disse que "qualquer negócio tem que ser realista e procurar acelerar ao máximo o seu potencial de crescimento".
"O custo de capital está muito mais alto, o preço de energia está mais baixo e, portanto, nós ajustámos o nosso plano de investimento em função do nosso balanço, das perspectivas de mercado. Ainda assim vamos investir dezenas de milhares de milhões de euros até 2026", justificou, assegurando que as novas metas, apesar de menos ambiciosas, foram "reconhecidas pelos investidores".
Ainda em relação a uma possível fusão entre a EDP e a EDP Renováveis, um tema que acaba por estar sempre em cima da mesa, o CEO do Grupo afirma que "obviamente que analisámos esse cenário. É sempre uma opção, mas estamos confortáveis com a atual estrutura, porque funciona, e só vamos mudá-la se houver condições boas para fazê-lo e se os prós forem maiores que os contras. Até este momento não houve condições para isso, e não achámos que era oportuno. E, portanto, não temos planos para voltar a integrar as duas".
Para o responsável, a separação entre as duas empresas "tem sido uma boa forma de levantar capital", dando conta que nos últimos três anos a EDP e a EDPR Renováveis levantaram 4.500 milhões de euros de capital".
Em termos de financiamento, fala de um balanço sólido. "Olhamos para o que se está a passar nos EUA e na Europa, mas temos conseguido levantar financiamento de forma bastante competitiva e estamos a monitorizar o mercado tentando ser mais prudentes neste contexto" de taxas de juro altas.
Quanto às eleições presidenciais nos EUA, onde a EDP já deixou claro que quer desenvolver projetos próprios e não comprar ativos, Miguel Stilwell diz que "o consenso parece ser que, independentemente de quem ganhe, o Inflation Reduction Act não voltará para trás. Podem ser feitos ajustes mas o principal vai manter-se. Até porque 80% do investimento no âmbito do IRA vai para os estados republicanos".
"Já trabalhámos com a administração Trump e também com o presidente Biden. São dois presidentes que conhecemos. Somos um investidor de longo prazo e vamos calibrando o nosso investimento em função daquilo que vai passando a cada momento", diz Stilwell, que em entrevista ao Negócios já reconheceu que 2025 e 2026 vão ser anos difíceis para a EDP.
Para enfrentar esse cenário mais adverso, a empresa já se preparou ao baixar o nível de investimento, garante o CEO.
"Queremos assegurar que vamos manter um balanço sólido ao longo deste período. Não vamos assumir riscos que não sejam ponderados e que não sejam razoáveis. Vamos continuar muito focados na rentabilidade dos investimentos que fazemos. Em 2025 e 2026 esperamos manter o resultado líquido mais ou menos estável. Nos próximos meses vamos fazer uma reflexão estratégica sobre qual é a nossa visão pós-2026 e a partir daí retirar conclusões. Seguramente que em 2025 voltaremos a dar mais visibilidade sobre o que é que se passará depois de 2026", disse.
Também esta quinta-feira, a EDP ficou a saber que o Supremo Tribunal de Espanha vai obrigar o Governo de Madrid a devolver cerca de 20 milhões de euros à EDP por causa do financiamento da tarifa social no país.
"Acho que foi justo. O que defendemos sempre foi uma tarifa social compatível com as diretivas da União Europeia. Em Espanha, os tribunais disseram que o problema é como está a ser financiada, e que tem de ser ajustada", disse Stilwell, argumentando que o novo modelo de financiamento da tarifa social em Portugal é "mais justo do que o modelo anterior". "Em breve daremos novidades sobre como é que nos vamos posicionar face ao novo modelo", prometeu.
Para este ano, o CEO espera que possa já ser inaugurada a primeira central solar da EDP na Alemanha, país onde a empresa entrou há dois anos através da compra da Kronos Solar. Para este primeiro projeto, Stilwell estima uma capacidade instalada de 50 MW.
Quanto à inauguração do primeiro projeto solar na Alemanha. Miguel Stilwell aponta para que possa acontecer ainda este ano. "Estamos a trabalhar nisso. Muito provavelmente ainda em 2024 e estamos a falar de cerca de 50 megawatts. Até 2026 estamos a procurar fazer 500 megawatts na Alemanha. Estamos a falar de mais de 300 milhões de euros de investimento. E depois obviamente queremos crescer bastante mais para além de 2026. É uma aposta de longo prazo", disse.
Sobre a revisão do plano estratégico da empresa, anunciado recentemente, que resultou numa revisão em baixa do investimento (tanto na EDP como na EDP Renováveis) e dos megawatts a instalar até 2026, o CEO disse que "qualquer negócio tem que ser realista e procurar acelerar ao máximo o seu potencial de crescimento".
"O custo de capital está muito mais alto, o preço de energia está mais baixo e, portanto, nós ajustámos o nosso plano de investimento em função do nosso balanço, das perspectivas de mercado. Ainda assim vamos investir dezenas de milhares de milhões de euros até 2026", justificou, assegurando que as novas metas, apesar de menos ambiciosas, foram "reconhecidas pelos investidores".
Ainda em relação a uma possível fusão entre a EDP e a EDP Renováveis, um tema que acaba por estar sempre em cima da mesa, o CEO do Grupo afirma que "obviamente que analisámos esse cenário. É sempre uma opção, mas estamos confortáveis com a atual estrutura, porque funciona, e só vamos mudá-la se houver condições boas para fazê-lo e se os prós forem maiores que os contras. Até este momento não houve condições para isso, e não achámos que era oportuno. E, portanto, não temos planos para voltar a integrar as duas".
Para o responsável, a separação entre as duas empresas "tem sido uma boa forma de levantar capital", dando conta que nos últimos três anos a EDP e a EDPR Renováveis levantaram 4.500 milhões de euros de capital".
Em termos de financiamento, fala de um balanço sólido. "Olhamos para o que se está a passar nos EUA e na Europa, mas temos conseguido levantar financiamento de forma bastante competitiva e estamos a monitorizar o mercado tentando ser mais prudentes neste contexto" de taxas de juro altas.
Quanto às eleições presidenciais nos EUA, onde a EDP já deixou claro que quer desenvolver projetos próprios e não comprar ativos, Miguel Stilwell diz que "o consenso parece ser que, independentemente de quem ganhe, o Inflation Reduction Act não voltará para trás. Podem ser feitos ajustes mas o principal vai manter-se. Até porque 80% do investimento no âmbito do IRA vai para os estados republicanos".
"Já trabalhámos com a administração Trump e também com o presidente Biden. São dois presidentes que conhecemos. Somos um investidor de longo prazo e vamos calibrando o nosso investimento em função daquilo que vai passando a cada momento", diz Stilwell, que em entrevista ao Negócios já reconheceu que 2025 e 2026 vão ser anos difíceis para a EDP.
Para enfrentar esse cenário mais adverso, a empresa já se preparou ao baixar o nível de investimento, garante o CEO.
"Queremos assegurar que vamos manter um balanço sólido ao longo deste período. Não vamos assumir riscos que não sejam ponderados e que não sejam razoáveis. Vamos continuar muito focados na rentabilidade dos investimentos que fazemos. Em 2025 e 2026 esperamos manter o resultado líquido mais ou menos estável. Nos próximos meses vamos fazer uma reflexão estratégica sobre qual é a nossa visão pós-2026 e a partir daí retirar conclusões. Seguramente que em 2025 voltaremos a dar mais visibilidade sobre o que é que se passará depois de 2026", disse.
Também esta quinta-feira, a EDP ficou a saber que o Supremo Tribunal de Espanha vai obrigar o Governo de Madrid a devolver cerca de 20 milhões de euros à EDP por causa do financiamento da tarifa social no país.
"Acho que foi justo. O que defendemos sempre foi uma tarifa social compatível com as diretivas da União Europeia. Em Espanha, os tribunais disseram que o problema é como está a ser financiada, e que tem de ser ajustada", disse Stilwell, argumentando que o novo modelo de financiamento da tarifa social em Portugal é "mais justo do que o modelo anterior". "Em breve daremos novidades sobre como é que nos vamos posicionar face ao novo modelo", prometeu.