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EDP Renováveis vê lucros dispararem 163% para 210 milhões até junho

A elétrica diz que o resultado reflete a "recuperação do desempenho operacional e os ganhos de rotação de ativos, apesar da subida de 64 milhões de euros dos custos financeiros". A empresa refere ainda o impacto negativo de 46 milhões relacionados com projetos em desenvolvimento na Colômbia.

O líder da EDP e EDP Renováveis acaba de ser eleito na assembleia geral de acionistas para um segundo mandato de três anos à frente dos destinos da elétrica.
Miguel Baltazar
26 de Julho de 2024 às 07:41
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A EDP Renováveis anunciou esta sexta-feira em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que registou lucros de 210 milhões de euros no primeiro semestre de 2024, o que representa um disparo de 163% face ao mesmo período do ano passado, quando a empresa não foi além dos 80 milhões de euros. O resultado contrasta com a primeira metade de 2023, quando a EDPR viu os lucros afundarem 70%.

Já o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 27% entre janeiro e junho, para os 960 milhões de euros, por comparação com os 754 milhões do período homólogo de 2023. 

Em termos recorrentes, o resultado líquido da elétrica aumentou 132% para 210 milhões de euros, refletindo a "recuperação do desempenho operacional e os ganhos de rotação de ativos, apesar da subida de 64 milhões de euros dos custos financeiros". A empresa refere ainda o impacto negativo de 46 milhões relacionados com projetos em desenvolvimento na Colômbia.

O EBITDA recorrente aumentou 26%, mais 196 milhões para 960 milhões no primeiro semestre, incluindo 171 milhões de ganhos com a rotação de ativos nos EUA, Canadá e Itália. Este desempenho positivo beneficiou também: do aumento de 5% na produção de energia renovável, suportado pela subida de 15% na geração nos Estados Unidos; da estabilidade do preço médio de venda nos 61 euros por MWh, em resultado da subida de preço médio nos EUA e da redução de preços na Europa; e ainda da melhoria do rácio de custos por cada MW (-8%), na sequência da simplificação da estrutura alavancando nas sinergias com o Grupo EDP.

Com este aumento na produção (nova capacidade em operação - mais 2,9 GW em 12 meses, para um total de 16,6 GW até junho - e melhores recursos eólico e solar depois do evento climático El Niño em 2023), a empresa vendeu também mais energia e a um preço ligeiramente mais elevado do que em 2023. As vendas de eletricidade chegaram aos 1.145 milhões até junho (+5%), mas as receitas com as mesmas acabaram por cair 1% (para 1.209 milhões) devido a um impacte de 34 milhões na Colômbia, entre outros. 

Graças a menores custos com impostos "clawback" na Europa, os custos operacionais da EDPR diminuíram 1% no primeiro semestre de 2024, para 509 milhões de euros, tendo em conta o fim deste imposto em dezembro de 2023 na Polónia. Já o mecanismo "clawback" na Roménia, que ainda se mantém, teve um impacto reduzido até junho, com o preço de mercado de eletricidade romeno a manter-se abaixo do preço mínimo para aplicação do imposto.

O mecanismo "clawback" é um imposto europeu que se destina a garantir que não há distorção de preços no mercado grossista da luz, através de uma taxa às empresas que serve para eventuais correções relacionadas com eventos extracomunitário. 

Em relação aos restantes impostos, a EDP Renováveis viu os pagamentos aumentarem 11%, de 45 para 50 milhões de euros, com três milhões relativos à Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), cujas entregas a EDP suspendeu e está a contestar em tribunal. 

Nos primeiros seis meses do ano, a EDP Renováveis investiu 1,6 mil milhões de euros, com mais de 80% deste valor a ir para a Europa e América do Norte, ou seja, para os "mercados principais de baixo risco", refere a empresa.

Em termos de rotação de ativos, os proveitos alcançaram 500 milhões de euros, incluindo transações nos EUA, Canadá e Itália (0,8 GW de capacidade renovável). 

Os resultados financeiros aumentaram 64 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, para os 223 milhões, tendo em conta o aumento da dívida financeira nominal, apesar do menor custo médio da dívida, e um impacto negativo de 17 milhões associado a coberturas financeiras dos projetos na Colômbia. A dívida líquida chegou aos 7,5 mil milhões, um aumento de 1,7 mil milhões por comparação com dezembro de 2023. 

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