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Lucros da EDP Renováveis caem 53% para 210 milhões de euros até setembro
Esta queda dos lucros para menos de metade justifica-se com um impacto negativo de 65 milhões de euros por causa dos projetos na Colômbia.
A EDP Renováveis registou nos primeiros nove meses de 2024 lucros de 210 milhões de euros, o que representa uma queda de 53% face aos 445 milhões de euros registados entre janeiro e setembro do ano passado, comunicou a empresa esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliarios.
De acordo com a empresa, este resultado inclui um impacto negativo de 65 milhões de euros por causa dos projetos na Colômbia, com o desempenho operacional a não ser suficiente para compensar os menores ganhos de rotação de ativos face a igual período de 2023.
O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) caiu 9% e atingiu 1.294 milhões de euros nos primeiros três trimestres de 2024, face aos 1.427 milhões de 2023, incluindo um impacto negativo de 44 milhões na Colômbia e de 39 milhões com impostos "clawback" na Roménia.
O EBITDA foi também impactado por por menores ganhos com rotação de ativos de 179 milhões, refere o comunicado enviado à CMVM. Já nos primeiros nove meses do ano passado a elétrica registou "ganhos robustos" na rotação de ativos de 393 milhões. Nos próximos meses a empresa liderada por Miguel Stilwell espera mais rendimentos com os proveitos da rotação de ativos na Polónia recebidos em outubro, que poderão "compensar a evolução dos investimentos durante o ano".
"A atividade de rotação de ativos refletiu-se em quatro transações, nos EUA, Canadá, Itália e Polónia, totalizando 1,1 GW de capacidade renovável", refere a EDPR.
Nestes nove meses a EDP Renováveis investiu 2.246 milhões de euros, menos 29% face aos 3.150 milhões do período homólogo, dos quais 80% na Europa e América do Norte, "refletindo o foco da EDPR nos seus mercados principais de baixo risco", refere o mesmo comunicado.
A dívida aumentou em mais de dois mil milhões de euros, dos 5.805 para 7.800 milhões de euros.
Em termos de produção de eletricidade, esta aumentou 5% até setembro (face a 2023) devido a novas adições de capacidade e à melhoria dos recursos renováveis, principalmente nos EUA. "Este crescimento foi atenuado pelo comissionamento tardio de nova capacidade agora esperada para o último trimestre do ano, recursos eólicos abaixo da média, principalmente no Brasil, e algumas perdas nos EUA e em Espanha. A Europa e a América do Norte representaram 31% e 55% da produção total, respetivamente, com a energia eólica onshore a representar 85% enquanto que a energia solar representou 15%", diz o comunicado.
O preço médio de venda foi de 59,4 euros por MWh (menos 4% face a 2023), por causa de preços de eletricidade mais baixos na Ibéria, compensados pela geração coberta a preços competitivos, preços resilientes na América do Norte e preços mais altos no Brasil.
Nos últimos 12 meses, a EDPR adicionou 3 GW de capacidade renovável (para um total de 16,8 GW), incluindo 1,3 GW de janeiro a setembro, devido a "uma forte recuperação nas adições de capacidade solar nos EUA, que contribuíram com 900 MW. Em termos homólogos, a capacidade instalada aumentou 11%.