Notícia
Lucros da Corticeira Amorim caem 29% para 47,8 milhões até setembro
Com a faturação a sofrer uma queda de 4,8% para 726,2 milhões de euros, nos primeiros nove meses deste ano, a empresa liderada por António Rios de Amorim realça que “a rentabilidade foi afetada pelos elevados preços de consumo de cortiça”.
A Corticeira Amorim fechou os primeiros nove meses deste ano com um EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) de 127,6 milhões de euros, menos 8,7% do que no mesmo período do ano passado, tendo a respetiva margem rondado os 17,6% (18,3% há um ano).
"Apesar dos benefícios decorrentes da redução dos custos de matérias-primas não cortiça, de maiores eficiências industriais e das melhorias do mix de produto, a rentabilidade foi penalizada pelo aumento dos preços de consumo de matérias-primas cortiça e pelo efeito da desalavancagem operacional", explica a empresa, esta segunda-feira, 4 de novembro, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Já o resultado líquido, também penalizado "pela inclusão de custos não recorrentes (5,3 milhões de euros), bem como pelo aumento dos encargos financeiros em consequência do maior endividamento médio", recuou neste período para 47,8 milhões de euros, menos 28,6% do que o obtido entre janeiro e setembro do ano passado.
Em termos de vendas, a líder mundial da cortiça fechou os primeiros noves meses deste ano com uma faturação de 726,2 milhões de euros, o que traduz um decréscimo homólogo de 4,8%.
"Apesar da melhoria registada no terceiro trimestre, a evolução das vendas reflete, na generalidade, o contexto adverso do mercado, com impacto na performance dos volumes", refere a empresa, realçando que "todas as unidades de negócio registaram uma redução das vendas, exceto a Amorim Cork Composites", cujas vendas ascenderam a 90,8 milhões de euros, mais 4,6% do que há um ano.
Corte de 26,7 milhões de euros na dívida líquida em nove meses
Na mensagem que acompanha o comunicado publicado no site da CMVM, o presidente da empresa começa por esclarecer que, "apesar da recente melhoria das condições de mercado em alguns segmentos onde opera, a atividade da Corticeira Amorim continua a ser condicionada pela baixa visibilidade e pela pressão sobre os volumes".
E, conforme sinalizado já anteriormente, a rentabilidade da empresa "foi afetada pelos elevados preços de consumo de cortiça, reflexo das condições da campanha de cortiça de 2023, apesar dos benefícios decorrentes do aumento da eficiência industrial e da melhoria do mix", realça António Rios de Amorim.
"Estas adversidades não constituem, no entanto, um obstáculo à nossa ambição de garantir uma gestão eficiente dos recursos e de continuar a crescer no futuro", afirma o empresário, acreditando que "a criação da Amorim Cork Solutions conduzirá a uma gestão mais integrada das operações e potenciará sinergias industriais, comercias e de suporte, fortalecendo o negócio ‘não rolha’".
E recorda que no segmento de vinhos espumantes, a empresa reforçou as suas competências e abrangência da oferta, através da aquisição, pelo grupo italiano SACI – onde a Corticeira Amorim detém 50% do capital - , da sociedade transalpina Intercap, especializada na produção de cápsulas de "surbouchage" para espumantes e vinhos tranquilos.
Uma última nota para destacar que, a 30 de setembro, a dívida remunerada líquida da Corticeira Amorim ascendia a 214,1 milhões de euros, contra 240,8 milhões no final do ano passado.
"Apesar do aumento do investimento em ativo fixo (31,9 milhões de euros), do pagamento de dividendos (26,6 milhões de euros) e do acréscimo das necessidades de fundo de maneio (5,3 milhões de euros), foi possível reduzir a dívida líquida em 26,7 milhões de euros face ao final de dezembro de 2023", enfatiza a empresa liderada por Rios de Amorim, cuja família controla a Corticeira Amorim a meias com as herdeiras de Américo Amorim.