Notícia
Bloco quer que as "energéticas que têm lucro a mais tenham um bocadinho menos de lucro"
Catarina Martins diz que o diálogo entre o Bloco de Esquerda e o Governo ficou "muito mais complicado de fazer" depois do volte face na taxa das renováveis.
Negócios
08 de Dezembro de 2017 às 10:10
O Bloco de Esquerda diz que o Governo cedeu à pressão do sector energético quando recuou na taxa das renováveis. Em entrevista ao jornal Expresso esta sexta-feira, 8 de Dezembro, Catarina Martins considera que o episódio do volte-face do PS foi "grave" pois a medida tinha sido debatida tecnicamente com os Ministérios da Economia e das Finanças, e acabou por criar um "problema de diálogo com o Governo".
O diálogo entre o Bloco de Esquerda e o Governo vai assim ficar "muito mais complicado de fazer", pois significa que a "negociação técnica com os Ministérios não é a última palavra" para aprovar uma medida no Parlamento.
A coordenadora do Bloco aponta que a porta giratória entre os governos e o sector eléctrico criou o "lóbi das energéticas em Portugal".
"Que se tenha desperdiçado a oportunidade de corrigir um bocadinho esta distorção e ainda por cima da forma como foi, depois da medida estar negociada, é para nós uma capitulação do Governo e do PS a esta pressão das energéticas. Não encontramos nenhuma outra justificação", dispara Catarina Martins.
E garante que o Bloco "não vai ficar parado nesta matéria", pois há socialistas que a apoiam, assim como o PCP.
Sobre a possibilidade de redução do IVA na electricidade, defende essa descida "mas não para permitir pagar lucros excessivos às energéticas".
"O que nós queremos é que as energéticas que têm lucro a mais tenham um bocadinho menos de lucro para baixar a tarifa energética sem despesa fiscal. São duas questões diferentes. Não há nada que interesse mais às energéticas do que a conta da luz baixar com despesa fiscal em vez de ir aos seus lucros excessivos", disse Catarina Martins ao Expresso.
O diálogo entre o Bloco de Esquerda e o Governo vai assim ficar "muito mais complicado de fazer", pois significa que a "negociação técnica com os Ministérios não é a última palavra" para aprovar uma medida no Parlamento.
"Que se tenha desperdiçado a oportunidade de corrigir um bocadinho esta distorção e ainda por cima da forma como foi, depois da medida estar negociada, é para nós uma capitulação do Governo e do PS a esta pressão das energéticas. Não encontramos nenhuma outra justificação", dispara Catarina Martins.
E garante que o Bloco "não vai ficar parado nesta matéria", pois há socialistas que a apoiam, assim como o PCP.
Sobre a possibilidade de redução do IVA na electricidade, defende essa descida "mas não para permitir pagar lucros excessivos às energéticas".
"O que nós queremos é que as energéticas que têm lucro a mais tenham um bocadinho menos de lucro para baixar a tarifa energética sem despesa fiscal. São duas questões diferentes. Não há nada que interesse mais às energéticas do que a conta da luz baixar com despesa fiscal em vez de ir aos seus lucros excessivos", disse Catarina Martins ao Expresso.