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Taxa das eólicas levou à desistência de investimentos de 400 milhões
Apesar de ter sido chumbada, a proposta do BE para avançar com uma taxa sobre as renováveis levou a que duas empresas do sector desistissem de investir em Portugal, conta o Diário de Notícias.
Pelo menos duas empresas desistiram de investir em Portugal, depois de ter sido conhecida a proposta para taxar as produtoras de energia renovável, revelou ao Diário de Notícias António Sá da Costa, presidente da Associação de Energias Renováveis (Apren).
A proposta do Bloco de Esquerda acabou por ser chumbada pelo PS na terça-feira. Mas segundo o responsável, duas empresas que estavam a preparar avançar com investimentos em Portugal até 400 milhões de euros acabaram por recuar. "Dois associados nossos iam investir capitais próprios em parceria com investidores estrangeiros. Estamos a falar de um investimento na ordem dos 300 ou 400 milhões de euros que já não vem".
Sá da Costa acrescentou ainda que "um desses empresários estava desesperado porque já havia compromisso e caiu tudo. Não é só o dano que causa às empresas que está em causa, mas também a reputação do país".
Perto de 90% do investimento em energias renováveis em Portugal vem de empresas estrangeiras. Por isso, para a Apren, que tem 51 associados, a proposta do BE, que chegou a ter o ok do PS anteriormente, "não fazia sentido nenhum". "Fazendo as contas, e considerando as médias do sector, não tenho dúvidas de que quase todas as empresas iriam abrir falência se isto fosse para a frente". Até porque "estaria a tributar-se as receitas e não os lucros. Logo, as empresas ficariam sem liquidez para fazer face aos compromissos", referiu o presidente da Apren.