A Sonae Indústria deverá reportar esta quarta-feira um prejuízo de 83,8 milhões de euros em 2009, um valor que ainda assim é uma melhoria face às perdas de 2008, essencialmente por força de uma mais-valia com a venda de activos brasileiros.

As previsões são do Banif, que aponta para que a empresa do grupo Sonae apresente uma perda de 27,8 milhões de euros no quarto trimestre de 2009, contra um lucro de 19 milhões nos três meses anteriores - onde foi contabilizado um ganho de capital de 56 milhões de euros decorrente da venda de activos no Brasil.

Face a 2008, há uma redução das perdas, já que no período homólogo desse ano os prejuízos foram de 82 milhões de euros – valor que quase iguala as perdas de todo o ano de 2009.

De acordo com as previsões de Rita Carles, analista do Banif, tanto o volume de negócios como o EBITDA recorrente deverão continuar a apresentar sinais encorajadores de retoma no actual trimestre. Com efeito, segundo a empresa, citada pelo “research” do Banif, os aumentos de preços estão a ser implementados desde Novembro e deverão ter um impacto mais visível a partir do primeiro trimestre de 2010.

“Salientamos que as operações na Europa Central estão (finalmente) a aproximar-se do ‘breakeven’", refere a nota de análise do Banif, realçando também que os resultados do quarto trimestre "serão os primeiros sem qualquer contributo da Tafisa Brasil (vendida em Agosto de 2009)”.

A nota de análise estima um volume de negócios para a empresa liderada por Carlos Bianchi de Aguiar (na foto) de 1.281,4 milhões de euros em 2009, o que corresponderá a uma quebra de 28% face a 2008. Para o quarto trimestre, projecta receitas de 310,4 milhões de euros, um crescimento de 3% face ao mesmo período do ano precedente.

Quanto ao EBITDA recorrente, as previsões são de uma melhoria de 16% nos últimos três meses do ano passado face ao período homólogo de 2008. Para a globalidade de 2009, a estimativa é de uma quebra de 56% para 43,9 milhões.

O Banif mantém a Sonae Indústria "sob revisão".