Em 2010, a Sonae Indústria registou prejuízos de 74 milhões de euros, adiantou a empresa em comunicado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

As previsões do BESI apontavam para prejuízos de 65 milhões de euros.

O volume de negócios da empresa aumentou 6% de 1,21 mil milhões de euros, em 2009, para 1,3 mil milhões de euros. Já o EBITDA cresceu 116% de 33 milhões para 71 milhões de euros.

"O ano de 2010 foi mais um ano difícil para a nossa indústria. O ambiente económico em conjunto com a crise financeira e a incerteza na evolução dos custos, principalmente da Madeira, trouxe dificuldades adicionais para a gestão do negócio", escreveu Carlos Bianchi de Aguiar numa mensagem incluída no comunicado à CMVM.

Na análise por área geográfica, o comunicado da Sonae Indústria esclarece que "a Península Ibérica continua a enfrentar condições de mercado adversas, em particular em Espanha, onde a procura está muito reduzida e o aumento dos custos é muito difícil de transferir para o clientes".
Ainda assim, o volume de negócios na Península Ibérica subiu de 341 milhões, em 2009, para 367 milhões de euros. Já a margem de EBITDA caiu de 9,9% para 7,4% devido ao "aumento do custo das matérias-primas, principalmente da madeira mas também do papel e dos químicos".

"O aumento do custo da madeira é uma consequência do efeito combinado do período de Inverno com a maior procura da indústria de celulose e um concorrência crescente do sector de energia pelo mesmo recurso de madeira", sublinha o comunicado.

Na Europa Central (Alemanha, França e Reino Unido), a actividade foi afectada pelas condições de Inverno mas "o EBITDA recorrente continua a demonstrar a eficácia do processo de reestruturação implementado, em particular na Alemanha".

Nesta região, o volume de negócios da empresa baixou ligeiramente de 694 milhões para 691 milhões de euros, enquanto a margem de EBITDA subiu de -4% para 0,2%.

No resto do mundo (Canadá e África do Sul), o volume de negócios subiu de 197 milhões de euros, em 2009, para 251 milhões de euros, enquanto a margem de EBITDA subiu de 15,3% para 17%. Estes valores não incluem a Tafisa Brasil que foi alienada e 26 de Agosto de 2009.

Com os valores da Tafisa Brasil, o volume de negócios no resto do mundo caiu de 263 milhões, em 2009, para 251 milhões de euros em 2010.