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Solução para o crédito malparado deve chegar em Junho

À saída do debate quinzenal, António Costa não quis pronunciar-se sobre as eventuais “falhas graves” de Carlos Costa, cujas consequências virão no fim da comissão de inquérito. Já a decisão sobre o veículo do malparado deverá chegar em Junho.

Pedro Elias
15 de Abril de 2016 às 12:51
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Depois do debate quinzenal mais crispado desde que é primeiro-ministro, em especial devido à intervenção da porta-voz do Bloco de Esquerda, António Costa sentiu necessidade de falar aos jornalistas, para lhes comunicar que o debate correu "muitíssimo bem" e que marca o final de uma semana "onde surgiram muitos problemas" que foram "todos resolvidos". Sobre Carlos Costa, o governador do Banco de Portugal, o primeiro-ministro remeteu decisões para o fim da comissão de inquérito ao caso Banif.

 

Mas deu, no final do debate desta sexta-feira 15 de Abril, novidades sobre o veículo para o crédito malparado, que defende que é necessário para resolver a falta de concessão de crédito da banca à economia. Costa lembrou que "criar condições para que os bancos tenham uma participação mais activa na economia" é "uma prioridade desde o início" do Governo, e para isso foi criada a unidade de missão para a capitalização das empresas.

 

A solução "não passa necessariamente por um banco mau, há várias soluções possíveis" e o Governo "está a trabalhar com a unidade de missão" e com as entidades reguladoras para fechar o modelo. E ele poderá surgir em Junho. "O mandato da unidade de missão é até ao final deste semestre", pelo que "em Junho terá que apresentar o relatório sobre esta matéria". Poderá ser aí que chega a decisão sobre o crédito malparado.

 

Costa salientou a necessidade de manter um "diálogo" com as instituições europeias, até porque outros países, como a Itália, encontraram soluções para este problema mas estão a ter dificuldades em implementá-la. O diálogo deve correr "de forma não crispada e normal".

 

"Não fazemos julgamentos antecipados"

 

Instado a pronunciar-se sobre as declarações do secretário de Estado das Finanças, que disse ter havido uma "falha de informação grave" do governador do Banco de Portugal, António Costa escudou-se na comissão de inquérito ao Banif. "Não fazemos julgamentos antecipados, a comissão de inquérito deve desenrolar-se com toda a normalidade" e "se um dia se concluir alguma coisa, as consequências serão retiradas". Neste momento "é prematuro" e "não faz sentido estar a antecipar as conclusões que a comissão vai tirar".

 

Costa lembrou que "o senhor governador tem mandato para cinco anos, é inamovível salvo no quadro legal" e assumiu que o Governo não está "sempre de acordo". "Mas não temos de estar sempre de acordo, iremos trabalhar normalmente", prometeu.

 

"Não me compete a mim fazer avaliações dessa natureza e sobretudo num caso que está a ser objectivo de inquérito", rematou Costa. E deixou uma garantia. "A culpa não pode morrer solteira no caso Banif, os contribuintes têm direito a exigir o esclarecimento de toda a verdade".

 

Críticas do BE? "Não ouvi nenhuma"

 

Instado a comentar a crispação do Bloco de Esquerda, Costa preferiu "chutar para canto". "Eu não ouvi crítica nenhuma, ouvi simplesmente o BE, o PCP e o PS a dizerem o mesmo", a propósito do veículo para o crédito malparado. "A solução não passará seguramente por pôr os contribuintes a pagar. Não vi ninguém negar a existência do problema, fora o PSD, mas vi pessoas tao diversas como Durão Barroso e o Presidente da República a assumir que o problema existe" e que a solução "não pode ser à custa dos contribuintes".

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