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Caixa mudou clientes para Caimão para manter depósitos

A Caixa garante que eram cerca de 10 mil os clientes particulares que tinham depósitos na sucursal da Zona Franca da Madeira do banco público. Maioria passou para Caimão

24 de Janeiro de 2012 às 17:41
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A maior parte dos 10 mil clientes com recursos na sucursal da Caixa Geral de depósitos na Zona Franca da Madeira (ZFM) optou por transferir para a subsidiária do banco público nas Ilhas Caimão para manterem o regime fiscal mais vantajoso.

José Matos, presidente da CGD, ouvido hoje no Parlamento sobre o encerramento da sucursal financeira exterior (SFE) na Madeira e transferência de clientes para as ilhas Caimão, afirmou que "a enorme maioria foram para as Ilhas Caimão, uma parcela bastante pequena ficou na própria CGD e outros, em número relativamente pequeno, tiveram os seus depósitos transferidos para Macau". José Matos concretizou que eram entidades residentes na ZFM ou não residentes e "portanto elegíveis para ter operações registadas nas contas da SFE ou nas Ilhas Caimão".

O presidente da Caixa justificou o facto de a Caixa ter dado esta possibilidade aos seus clientes porque era importante manter esses recursos no banco público. São mais de 820 milhões de euros, sabe o Negócios.

"A ideia era não interromper aqueles contratos, que eram aplicações a prazo que passavam além de 2011", altura em que terminavam os benefícios fiscais para instituições financeiras na Zona Franca da Madeira.

"Todas as actividades financeiras, com a crise em que estamos, tentam ter o máximo de financiamento, com a maior estabilidade e o prazo mais longo. É nossa obrigação", disse José Matos, garantindo que a Caixa é o banco mais líquido do sistema e é o que tem o maior volume de depósitos doméstico e de emigrantes locais.

Por isso, procura "ter máximo de financiamento possível do exterior e fará todos os possíveis para manter esses recursos connosco. Vamos continuar a oferecer esses serviços e canalizar fluxos de poupança para financiar actividade económica em Portugal".

José Matos disse estar mais preocupado com captação de recursos, mantendo-os e reforçando-os para aplicar na economia portuguesa, pretendendo, nomeadamente, reforçar a quota junto das PME.

O presidente da Caixa, na audição parlamentar, recusou associar a esta transferência uma ajuda do banco público à evasão fiscal. "Não são residentes fiscais", salientou, além de que "tinham contrato com CGD e qualquer instituição que se preza respeita os contratos que assina". Se era oferecida determinada remuneração, prazo e regime fiscal quando foram feitos os depósitos, "era obrigação da CGD dizer que tem de cumprir contrato da maneira mais próxima do que o que tinha".

Por isso, salientou, "não estou a prescindir de nenhuma receita fiscal porque ele já não pagava".

Reforçando que a Caixa pretende manter esses recursos, José de Matos lembrou, ainda que "alguns clientes têm relação com a Caixa há décadas e o banco tem um papel importante para captar remessas e depósitos emigrantes para Portugal". A Caixa acrescentou, ainda, que 9% dos seus depósitos são de não residentes e apenas um quinto desses estão em "off shores".
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