Nos primeiros cinco meses do ano foram criadas mais empresas do que no mesmo período de 2014, um crescimento de 11,4%, segundo dados da Ignios, empresa especializada em soluções integradas de gestão de risco. A par deste aumento, é de registar a estabilização do número de insolvências, depois da tendência crescente iniciada em 2008 e que só começou a ser invertida no ano passado.

Entre Janeiro e Maio de 2014 foram registas 3.488 empresas insolventes em Portugal, um número muito semelhante ao registado este ano (3.487). Estes dados reforçam a desaceleração das insolvências, o que "tendo em conta a conjuntura dos anos anteriores e o respectivo comportamento do tecido empresarial nacional, não deixa de ser um balanço positivo", diz, em comunicado, o CEO da Ignios, António Monteiro.

"Analisando os primeiros cinco meses do ano desde 2008, a tendência até 2013 foi de crescimento dos níveis de insolvência, sendo apenas interrompido no ano passado. E este ano, confirma esta inversão de tendência", conclui o gestor.

Como seria de esperar, Lisboa foi o distrito onde se constituíram mais empresas (4.988), seguindo-se o Porto (3.324). No entanto, ambos os distritos perderam representatividade neste índice, ou seja, o número de empresas constituídas em 2015 foi inferior ao mesmo período do ano passado. De referir o desempenho no distrito de Aveiro, onde foram constituídas 1.102 empresas, aumentando o peso relativo do distrito de 5,7% para 6,1%, tal como Leira, que com um total de 760 empresas criadas, aumentou o peso relativo de 3,7% para 4,2%.

No que concerne ao número de insolvências, evidenciaram-se pela positiva Leiria, Faro e Santarém, que registaram descidas no número de empresas insolventes de, respectivamente, 5,6%; 24,5% e 13,3%. Nos distritos que mais pesam em termos de insolvências, Braga (+21,9%) e Setúbal (+11,6%) registaram ambos aumento do número de empresas insolventes nos primeiros cinco meses do ano; enquanto que em Lisboa (-0,5%), Porto (-14%) e Aveiro (-7,5%) a nota foi de redução.

O sector do comércio automóvel foi aquele em que se registou o maior aumento na criação de empresas nos primeiros cinco meses deste ano (+21,9%), seguindo-se o sector da hotelaria e restauração, que aumentou 16,4% o número de empresas criadas comparativamente a 2014. Destacam-se ainda o sector do comércio a retalho, com um crescimento de 12,5% e a agricultura, com um crescimento de 19,7%, informam os dados da Ignios.

O sector 'outros serviços' continua a dominar as empresas insolventes (18,6%), seguindo-se a construção (17,8%), o comércio a retalho (14,6%) e sector do comércio a grosso (14%).