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99% das contas “congeladas” por branqueamento são de bancos espanhóis
Está revelado o paradeiro dos 99,6% dos 1,8 mil milhões de euros "congelados" em Espanha que não estão no BES: estão em contas de quatro grandes bancos espanhóis, BSCH, BBVA, Bancaja e Banco de Madrid. Mas não há notícia de investigação nestes bancos, ao
A empresa irlandesa Aquarius terá sido "a principal estrutura fiduciária gerida por Kremen Slipakov" e foi encontrado um documento, prossegue o relatório citado pelo "El País", que mostra que teria sido aberto uma conta no BES de 500 milhões de euros, sendo que o banco não remeteu qualquer comunicação às autoridades. Mesmo que a Aquarius não tivesse existência fiscal em Espanha.
Só em 2005, a Aquarius movimentou em Espanha 1,145 mil milhões de euros, sem identificação fiscal. "É evidente o alto risco de ocultação fiscal existente", concluía do Fisco espanhol em Junho. Até porque Kremen é um modesto empregado de seguros e sem posses correspondentes às contas milionárias de que tinha controlo.
Segundo o relatório, as sociedades fiduciárias que serviam a trama de Kremen foram criadas pelo BES, incluindo firmas com depósitos na sua filial da Madeira.
As buscas, recorde-se, foram feitas a 2 de Novembro, dia em que as autoridades policiais espanholas mandaram congelar contas bancárias num total próximo dos 1.800 milhões de euros, alegadamente pouco transparentes, parte das quais depositadas no Banco Espírito Santo (BES), no francês BNP, na sociedade financeira Cartera Meridional e na seguradora Cahispa, no âmbito das buscas mandadas efectuar pelo juiz Baltasar Garzón por suspeitas de evasão de capitais.