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BES diz que investigação em Espanha está baseada num equívoco (act.)

O Banco Espírito Santo diz não ter tido qualquer comportamento ilegal ou ilegítimo em Espanha ou na Zona Franca da Madeira. Segundo o banco, a alegada operação de investimento de 500 milhões de euros, em que se fundou a investigação nunca se concretizou,

08 de Novembro de 2006 às 16:04
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O Banco Espírito Santo diz não ter tido qualquer comportamento ilegal ou ilegítimo em Espanha ou na Zona Franca da Madeira. Segundo o banco, a alegada operação de investimento de 500 milhões de euros, em que se fundou a investigação nunca se concretizou, pelo que a investigação em curso, "baseada num equívoco" é, por isso mesmo, "desadequada".

O Banco Espírito Santo (BES) [BESNN] espera que, com a necessária brevidade, "se produzam de forma pública os esclarecimentos necessários à reparação dos danos causados ao seu bom nome".

Baseando em diligências realizadas pelo Departamento de Compliance/ Controle Interno, o BES aventa para uma série de conclusões relacionadas com a investigação em Espanha que culminou com um "raide" às instalações do banco em Madrid e em Barcelona.

Em consequência das acções desenvolvidas pelas autoridades de investigação espanholas, o BES diz que foram bloqueadas, no Banco Espírito Santo (Espanha), contas com o valor total de 5,5 milhões de euros. Destas, apenas três são tituladas por uma das entidades sob investigação judicial, apresentando um saldo global de 3,37 milhões de euros.

Posteriormente, e segundo o comunicado do BES, foram bloqueadas, no âmbito da mesma investigação, na Zona Franca da Madeira, 8 contas de clientes, das quais duas pertencem à entidade acima referida e as restantes seis são da titularidade de três outras entidades, também sob investigação. Estas últimas não têm qualquer conta no Banco Espírito Santo (Espanha).

BES quer divulgação do paradeiro de 99,6% do dinheiro congelado

O montante global dos saldos de clientes bloqueados, em Espanha e na Zona Franca da Madeira, totaliza 7,2 milhões de euros, representando 0,4% do total de 1,8 mil milhões de euros que as autoridades policiais espanholas afirmam ter bloqueado no âmbito desta investigação.

"Não podemos assim deixar de manifestar a nossa mais veemente indignação por o BES ser indevida e injustificadamente conotado com uma alegada fraude fiscal e operação de branqueamento de capitais, de montante superior a 1,8 mil milhões de euros, quando é certo, e se pode comprovar, que no Grupo BES apenas está depositado, em contas de entidades sob investigação, o montante global de 7.248.271,12 euros", defende o banco liderado por Ricardo Salgado.

No mesmo comunicado, o BES considera "inusitado" que na investigação seja dado relevo e tamanha publicidade à relação destas entidades com o BES e, ao mesmo tempo, não seja divulgado o paradeiro dos restantes 1,79 milhões de euros, ou seja, 99,6% do total bloqueado.

Tendo feito uma análise aprofundada de todos os movimentos nas contas bloqueadas, o BES "confirma e reitera a licitude do seu comportamento, quer no cumprimento dos procedimentos atendíveis na abertura das contas, bem como nas respectivas movimentações".

As contas bloqueadas, de acordo com o BES, foram regularmente abertas na Zona Franca da Madeira, de acordo com o regime legal aí em vigor e em consonância com as regras a que está sujeita a abertura de contas em entidades bancárias situadas em território português e como tal aplicáveis àquela Zona Franca.

Diz ainda que são conhecidos os beneficiários económicos das referidas contas, os quais, no período em que se efectuaram movimentos de fundos, aparecem associados a uma seguradora espanhola.

Banco afirma não ter indícios para questionar origem dos fundos

O BES declara que não tinha, nem dispõe de qualquer indício que pudesse fazer questionar a origem lícita dos fundos depositados, aliás provenientes do sistema bancário, nem estes foram de montante que pudesse levantar suspeitas face aos valores movimentados por um grupo segurador.

Dos autos de investigação, que determinaram as diligências efectuadas no BES (Espanha), consta a ordem de bloqueio de uma suposta operação de investimento de 500 milhões de euros, que se dava por realizada entre uma das sociedades sob investigação e o BES, "quando na realidade tal operação nunca se realizou", diz a instituição financeira em comunicado.

Assim, "a suspeita que terá dado origem à diligência judicial no BES (Espanha), não tinha, nem tem fundamento, afigurando-se a mesma verdadeiramente desadequada", acrescentando que a investigação "se baseia num profundo equívoco".

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