A investigação que a justiça de Espanha está a realizar a vários instituições financeiras, e que levou ontem a Guardia Civil daquele país à sede do Banco Espírito Santo (BES) em Madrid, mereceu destaque hoje na imprensa espanhola.

Sob a manchete "Garzón regista os Banco Espírito Santo por branqueamento", o "La Gaceta de los Negócios"dedica duas páginas noticiosas e um editorial à investigação liderada pelo magistrado Baltasar Garzón.

Além de relatar a investigação propriamente dita, que além do BES inclui ainda o BNP Paribas, a Cahispa e a Cartera Meridional, o jornal faz um apanhado da reacção das acções das visadas em bolsa, e um pequeno historial de cada entidade. O retrato do BES recebe o título "a entidade portuguesa de maior prestígio em Espanha desde 1989".

No editorial "golpe contra o branqueamento", é afirmado que "não custava nada pronta uma nota e fazê-la pública no momento em que o registo [as primeiras notícias da investigação] começou". É que, conforme alega o autor do texto de opinião, não identificado, o espaço de tempo que as autoridades espanholas demoraram a dar explicações ao mercado custou 2,17% à cotação do BES.

No também económico "Cinco Días", a notícia vai à primeira página com o título "Garzón bloqueia 1.500 milhões em contas de Espírito Santo e BNP". O jornal espanhol dedica uma página ao assunto, destacando ainda o "nervosismo entre clientes e empregados".

Já o generalista de referência "El País", sob o título "Anticorrupção bloqueia 1.500 milhões de euros por um caso de branqueamento de dinheiro", inicia o texto na primeira página e dedica, no corpo do jornal, uma página inteira. A notícia da investigação de ontem tem o título "Juiz Garzón investiga se clientes do Espírito Santo branquearam 2.000 milhões". O jornal adiciona ainda um texto de análise histórica, com o título "Portugal já interveio no BES em 2005 por fraude e branqueamento", recordando as investigações levadas pelas autoridades lusas há umas semanas.

O "El País" intitula o Grupo Espírito Santo como a instituição financeira "mais internacional de Portugal" e faz um resumo histórico desde a sua criação.

As acções do BES seguiam agora a cair 0,24%, para 12,37 euros.