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Venda das concessões na Beira Alta e Trás-os-Montes a espanhóis chega à Concorrência
Começam hoje a contar dez dias úteis para fazer comentários sobre a passagem das posições da SDC Investimentos na Scutvias e na Transmontana para a GVI. A operação é um passo na reestruturação da antiga Soares da Costa.
A venda das concessões de auto-estradas na Beira Alta e em Trás-os-Montes ao grupo espanhol GVI, que é já seu accionista, está na Autoridade da Concorrência. Começa assim, a contar o prazo de 10 dias úteis para a entrega de observações por parte de terceiros interessados sobre a saída da SDC Investimentos da área de concessões.
"A operação de concentração em causa consiste na aquisição, pela Global Via Infrastructuras, (GVI) do controlo exclusivo sobre as empresas que compõem o Grupo Scutvias e o Grupo Transmontana", assinala o aviso da entidade presidida por Margarida Matos Rosa publicado nos jornais de hoje. A notificação ocorreu a 23 de Dezembro.
O Grupo Scutvias é o grupo de empresas concessionárias da auto-estrada A-23, que integra ainda a Manutenção de Rodovias Nacionais, S.A. e Portvias – Portagem da vias, S.A, sociedades de apoio àquela concessão. Aqui, a SDC Investimentos tem a maioria do capital e a GVI uma posição. Já a Auto – Estradas XXI Transmontana, S.A., Operestradas XXI, S.A. e Exproestradas XXI, S.A., que operam no âmbito da A-4, são neste momento controladas em conjunto pelos espanhóis e pela companhia de Manuel Fino. A espanhola ficará agora como accionista única dos dois grupos se a transacção se concretizar.
Esta operação, segundo o comunicado divulgado a 23 de Dezembro pela vendedora SDC Investimentos, "compreende assunção de passivos, substituição ou libertação de responsabilidades e pagamento em dinheiro" ainda que esteja sujeita a "ajustamentos, sobretudo dependentes do momento em que seja possível concretizá-la". Para já, o preço baseia-se no valor "cerca de 126,5 milhões de euros e estima-se que dela resulte um impacto negativo nos resultados consolidados de cerca de 19 milhões de euros, um incremento patrimonial positivo nos capitais próprios de cerca de 25 milhões de euros e a redução do passivo consolidado em cerca de 71 milhões de euros".
Com a operação, a SDC sai do negócio de concessões e fica centrada no imobiliário, mantendo a participação de 33,33% na Soares da Costa Construção, ainda que com uma imparidade constituída para reconhecer eventuais perdas futuras. Também está em curso uma reestruturação financeira que passa pela venda de créditos pela SDC. Estes passos são essenciais para que se concretize a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelos gestores da SDC Investimentos, António Castro Henriques (na foto) e Gonçalo Andrade Santos. A oferta é feita por 2,7 cêntimos por acção sendo que esta sexta-feira, a cotada está a recuar 4% para valer 2,3 cêntimos.