"Um plano forte e muito ambicioso", foi assim que Patrick Renault, administrador delgado do grupo Os Mosqueteiros, definiu o plano de investimento estabelecido a nível global para os próximos cinco anos. Portugal também está no mapa de expansão do grupo, com uma fatia de 280 milhões de euros nos próximos cinco anos, de acordo com o plano apresentado esta quarta-feira, 25 de Março, num encontro com jornalistas.

A actividade em território nacional representa cerca de 5% do total das vendas do grupo que no ano passado registou o valor mas elevado de sempre de volume de negócios: mais de 40 mil milhões de euros, o que representou um crescimento de 1,3%.

No total, em 2014 o volume de vendas em Portugal totalizou 2 mil milhões de euros. As lojas Intermaché e os postos de combustível são os principais responsáveis por este valor (1,9 mil milhões de euros), seguindo-se o Bricomarché com 84 milhões e a insígnia Roady com 36,7 milhões.

Apesar de considerar que estes resultados são muito positivos, o responsável acredita que a presença do grupo em Portugal ainda pode ganhar mais destaque. Por essa razão, o plano quinquenal é transversal às três insígnias e prevê abrir mais 106 lojas e 90 postos de combustível. Como? "Há muitos emigrantes em França que querem voltar", principalmente se "se houver um bom modelo de negócio, como é o nosso caso". Além disso, continuou Patrick Renault, "há colaboradores que querem trabalhar por conta própria", detalhou.

O negócio do grupo os Mosqueteiros assenta num modelo de franchising que consiste numa parceria entre a ‘casa-mãe’ e empresários.

A insígnia Bricomarché vai contar com 60 milhões de euros de investimento, prevendo o grupo abrir mais 15 lojas até 2020.  

Nos próximos cinco anos Os Mosqueteiros esperam que os centros auto do grupo, os Roady, aumentem para um total de 60 postos de venda, mais 28 face aos actuais. De acordo com Emanuel Eusébio, responsável da insígnia em Portugal, "o segmento oficina representa 60% da facturação. Mas ainda temos muito para conquistar".

O Intermarché é a insígnia que vai absorver a maior fatia do investimento. Até 2020 o grupo prevê investir 200 milhões de euros e abrir mais 63 lojas em todo o território nacional, bem como mais 90 postos de combustível.

Segundo o administrador do Intermarché, Vasco Simões, actualmente "há um Intermarché a cada 16 quilómetros", mas o objectivo passa por aumentar esta média bem como a actual quota de mercado que ronda os 10%.

Além do número de novas lojas, o crescimento da quota de mercado passará pela aposta no e-commerce. O grupo já tem um projecto-piloto e no segundo semestre de 2015 quer avançar com a implementação desta nova oferta a nível nacional. "Não vamos ficar de fora [do e-commerce]. Vamos apostar nesta área porque acreditamos que já temos todas as condições reunidas", disse Vasco Simões.

Caso o plano de investimentos do grupo se concretize, no total vão ser criados mais de 3.400 postos de trabalho e as vendas em Portugal deverão aumentar 6,2% para 3,12 mil milhões de euros até 2020. A nível global, a meta passa por entrar na próxima década com 50 mil milhões de euros em facturação.