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Teixeira dos Santos: "A queda do Governo de Sócrates não pode ser imputada ao BES e a Salgado"

Teixeira dos Santos diz ter ficado surpreendido com o colapso do BES. E rejeita que o BES ou Ricardo Salgado tenham provocado a queda do Executivo liderado por José Sócrates.

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19 de Novembro de 2014 às 10:50
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O antigo ministro das finanças do Governo de José Sócrates admitiu esta quarta-feira, 19 de Novembro, na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES ter ficado "surpreendido com a situação que veio a público no BES" em meados deste ano.

 

Teixeira dos Santos diz que o desfecho do BES "foi uma surpresa" pelo que conhecia do BES, "no exercício das actividades governativas; pela posição que o BES sempre revelou junto dos mercados; pelos indicadores da sua actividade; na cotação do BES no mercado." "Para mim, tal como para muitos cidadãos, pela imagem que tínhamos do BES construída em muitos anos, foi uma surpresa", sublinhou.

 

Sobre o momento em que o BES deixou de ter condições para tomar dívida soberana, o que despoletou o pedido de ajuda externa, Teixeira dos Santos recusou que a queda do Governo de José Sócrates "possa ser imputável ao BES e a Ricardo Salgado". "Foram razões mais políticas" afirmou o ex-ministro das Finanças.

 

"Podem atribuir a Ricardo Salgado grandes poderes, mas neste ponto a democracia funcionou, não o podemos responsabilizar", afirmou.

 

O antigo ministro das Finanças recusou que os problemas agora detectados no BES estejam relacionados com a exposição em particular à dívida soberana assumida pelo banco antes do pedido de ajuda externa.

 

"A exposição à dívida soberana do BES é algo que teve impacto no seu desempenho financeiro, como teve do BCP, CGD, BPI e outras instituições financeiras. O BES não esteve exposto de forma diferenciada de outras instituições", afirmou, admitindo que durante a crise financeira a componente de dívida pública detida por instituições nacionais aumentou.

 

No entanto, frisou, "se a dívida pública era um problema que pudesse despoletar uma crise desta natureza o ‘timing’ não é o correcto. Teria afectado todas as instituições e teria afectado em 2011 e 2012 e não em 2013. O  ‘timing’ não joga".

 

"Não penso que essa possa ser uma explicação" disse o ex-ministro das Finanças, considerando que os problemas com que os bancos se têm confrontado nos últimos dois anos têm antes a ver com o estreitamento da sua margem financeira, assim como pelas grandes imparidades a que foram obrigados pelo crescimento do crédito de cobrança duvidosa, que passou de 5% para 14%.

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