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Santander Totta avisa Estado que tem "estratégia" no caso dos "swaps"
Por um lado, o Santander Totta diz-se disponível para dialogar em relação aos instrumentos vendidos a empresas públicas. Por outro, recusa-se a revelar como vai agir. Mas deixa um aviso.
O Santander Totta tem uma estratégia para lidar com o caso dos "swaps" que vendeu junto de empresas públicas na década passada. Mas não a revela.
"Temos uma estratégia e, em devida altura, defenderemos a nossa posição e aquilo que são os nossos direitos", declarou António Vieira Monteiro esta segunda-feira, 2 de Maio, na conferência de imprensa de apresentação de resultados do primeiro trimestre, em que o banco deu conta de um lucro de 114,5 milhões de euros.
O presidente da instituição financeira respondia a uma questão sobre o recurso apresentado pelas empresas públicas em relação aos "swaps", em que a justiça inglesa declarou estes títulos como válidos. Os títulos estão avaliados em cerca de 1,4 mil milhões de euros negativos nas contas das empresas, valor a que acrescem ainda os 350 milhões de euros em cupões que não foram pagos.
Ao decretar a validade destes "swaps", o tribunal obrigou ao reembolso destes cupões em falta (desde Setembro de 2013, quando a anterior ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, decidiu fazê-lo) até há duas semanas. O Estado não pagou – o secretário de Estado Adjunto, Ricardo Mourinho Félix, avisou que só o faria se o Santander Totta pedisse o reconhecimento da sentença inglesa nos tribunais portugueses. Ainda não foi feito.
Enquanto espera esse pedido de reconhecimento da sentença, o Estado português avançou para o recurso nos tribunais ingleses. "O Estado está no seu direito de fazer o recurso. Mas é bom que o Estado tenha em atenção o aviso que o senhor juiz fez quando apresentaram a ideia do recurso", disse Vieira Monteiro na conferência de imprensa desta segunda-feira, 2 de Maio. Na altura, o juiz avisou que dificilmente teria lugar a uma revisão da sentença.
Apesar da ideia de que tem uma "estratégia", a usar em devido tempo, o presidente executivo do Santander Totta defende que o "o banco está sempre disponível para falar".