O Santander Totta ficou com o Banif em Dezembro de 2015. Os activos que não quis transitaram para um veículo de gestão de activos de seu nome Naviget, primeiro, e Oitante, depois. Agora, pode voltar a concorrer a esses activos nos processos de venda. Mas Vieira Monteiro defende que não vai acontecer. A Gamma, onde estão crédito do ex-Banif, é a única que interessa.

"Relativamente à Gamma, que é uma sociedade instrumental, poderemos vir a concorrer. Mas é uma sociedade instrumental, tendo em conta que é aí que está toda a dívida do ex-Banif", explicou António Vieira Monteiro, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados trimestrais, onde o lucro foi de 114,5 milhões de euros.

A Gamma é uma sociedade de titularização de créditos, agregando-os e vendendo-os em seguida, que está neste momento em processo de venda. O Diário Económico já tinha avisado que o Santander Totta estava no processo, confirmando-se agora essa informação.

 

Contudo, Vieira Monteiro assegura que não haverá mais nenhum processo a que vá concorrer. "O banco não faz tenções de concorrer a activos do Banif. [Não faz sentido] esse medo que existe. Não está nas nossas ideias", disse Vieira Monteiro, recusando interesse em activos como o Banif Banco de Investimento.

 

Esta possibilidade de o Totta adquirir activos do antigo Banif que havia rejeitado em Dezembro tem sido comentada por várias das personalidades ouvidas na comissão parlamentar de inquérito. José Berberan Ramalho, vice-governador do Banco de Portugal, confirmou que efectivamente o Totta pode concorrer a esses processos e que, apresentando a melhor proposta, poderá mesmo ficar com os activos.