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Santander Totta finaliza compra sociedade do ex-Banif mas não revela preço
A Oitante, veículo que ficou com os activos do Banif que o Santander Totta não quis, vendeu àquele banco a sociedade de titularização de crédito Gamma. O preço da operação, iniciada em Junho, não é indicado.
O Santander Totta finalizou a compra da Gamma. Este é um activo que pertencia ao Banif e que o banco de capitais espanhóis não adquiriu na resolução aplicada pelo Banco de Portugal, pelo que foi transferido para o veículo Oitante.
"O Banco Santander Totta, S.A. informa que, na sequência do comunicado divulgado ao mercado a 28 de Junho de 2016, a 30 de Dezembro de 2016 concluiu o processo de aquisição ao Banif – Banco de Investimento, S.A. (cujo accionista único é a Oitante, S.A.), da totalidade das acções representativas do capital social da Gamma – Sociedade de Titularização de Créditos, S.A", assinala um comunicado enviado pela instituição financeira presidida por António Vieira Monteiro (na foto).
O preço da operação não é divulgado nem no comunicado do Santander nem da Oitante. Questionado, o banco não quis revelar números. O presidente do Totta garantiu já que este era o único activo que não havia adquirido na resolução que pretendia comprar - o que aconteceu mais de um ano depois da medida aplicada pelo regulador da banca.
Os activos do antigo Banif do veículo sob o comando de Miguel Barbosa foram transferidos, a 20 de Dezembro de 2015, com um desconto de 67% do valor a que estavam registados, beneficiando de uma garantia do Fundo de Resolução, accionista único da Oitante, com uma contragarantia do Estado de 422 milhões de euros. Apesar das perguntas feita, desde o ano passado, sobre que montantes foram já recuperados pelo veículo, nunca houve respostas.
A Gamma é uma sociedade de titularização de créditos, essencialmente originados no Banif, que os agrega e emite em seguida. Como os créditos são do antigo Banif, o Santander Totta passa agora a ter, também, a sociedade que os titulariza.
"A conclusão desta operação ocorre na sequência da sua submissão às autoridades competentes, nomeadamente o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e a Comissão Europeia, e a emissão das autorizações aplicáveis, verificando-se as condições estabelecidas no contrato de compra e venda de acções assinado em 17 de Junho de 2016", indica o comunicado da instituição financeira.
Na sua nota, o veículo, totalmente detido pelo Fundo de Resolução, também deixa claro que a "operação é o resultado de um processo competitivo de venda lançado e conduzido pela Oitante e enquadra-se na prossecução do objectivo de maximização do valor de venda dos seus activos".