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Sangria do Credit Suisse é para continuar. Banco já perdeu 10% em bolsa desde a saída de Horta Osório

O aviso foi dado pelo banco de investimento com sede em Zurique que esclareceu numa nota que as perdas referentes ao quarto trimestre refletem a "normalização do mercado".

Duarte Roriz
25 de Janeiro de 2022 às 10:24
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A sangria do Credit Suisse é para continuar. O aviso foi dado pelo banco de investimento com sede em Zurique que esclareceu numa nota que as perdas referentes ao quarto trimestre refletem a "normalização do mercado". A saída de António Horta Osório do lugar de chairman só veio prejudicar a posição em bolsa do credor suíço.

Para além do abrandamento no resultado líquido, a instituição que já disse "adeus" a António Horta Osório, anunciou que entre as despesas mais pesadas reportadas pelo banco de investimento para o quarto trimestre conta uma fatura de 500 milhões de francos suíços (cerca de 482 milhões de euros à taxa de câmbio atual) gastos em processos judiciais.

Recorde-se ainda que o colapso do Archegos levou o banco a sair do "prime broking" e a reduzir a exposição ao risco. O Credit Suisse disse ainda que a" redefinição da estratégia atingiu os lucros do banco de investimento no trimestre".

Entre julho e setembro, o Credit Suisse registou lucros de 434 milhões de francos suíços, (408,81 milhões de euros à atual conversão), um montante que ficou 21% abaixo dos resultados homólogos. No terceiro trimestre de 2020, o banco reportou um resultado líquido de 546 milhões de francos suíços.

Estes resultados ficaram, apesar de tudo, acima das estimativas dos analistas da Refinitiv, que apontavam para lucros de 333,8 milhões de francos suíços no trimestre.

Em meados do ano passado, o banco anunciou algumas mudanças na organização, incluindo a contratação de António Horta Osório meses depois da queda do "family office" Archegos. O Credit Suisse fez uma amortização de 4 mil milhões de euros devido à grande exposição que tinha no Archegos Capital Management, para enfrentar a perda esperada após a implosão.

Na nota divulgada na altura, o Credit Suisse chegou mesmo a antecipar que "esperava uma redução maior" no resto de 2021, numa altura em que "o ambiente de "trading" normaliza, comparando com os níveis elevados vistos em 2020".

Saída de Horta Osório agrava números

Desde que António Horta Osório se demitiu do cargo de chairman do banco, por alegadas violações de quarentena, impostas pelo Estado suíço, as ações do Credit Suisse caíram 10%, depois de já terem afundado 40% desde março.

Esta terça-feira, as ações do banco com sede em Zurique seguem a cair 0,65% para 8,222 francos suíços.

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