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Saída de Horta Osório tira 1,8 mil milhões ao Credit Suisse. Banco tem pior semana num ano

Desde o colapso do fundo financeiro Archegos (que levou à saída de chefes de risco do Credit Suisse) que o banco suíço não tinha uma semana tão negativa em bolsa.

Reuters
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A saída de António Horta Osório do Credit Suisse ditou a pior semana do banco em bolsa em 11 meses. Após uma polémica relacionada com incumprimento de regras da covid-19, o chairman resolveu abandonar o banco na segunda-feira, numa decisão que está a ser vista pelos investidores como um potencial entrave à reestruturação que o banqueiro português foi chamado a operar.

As ações do banco suíço tombaram 9% para 8,88 francos suíços (o equivalente a cerca de 8,59 euros) no total da semana, o pior desempenho semanal desde a crise da Archegos. No início de fevereiro de 2021, a cotação afundou 18% em cinco sessões.

Em termos de capitalização bolsista, foi uma diminuição de 
1,8 mil milhões de francos suíços (ou 1.741 milhões de euros) para os atuais 23,5 mil milhões de francos (22,8 mil milhões de euros).

A saída de Horta Osório é o culminar de um ano desastroso para o Credit Suisse, no seguimento dos escândalos do Greensill Capital e do Archegos Capital Management, que custaram ao banco mais de cinco mil milhões de dólares. A derrocada do Greensill foi o primeiro dos dois grandes revezes sofridos em 2021, seguindo-se logo depois a implosão da Archegos Capital Management, que o banco suíço tinha financiado com milhares de milhões de euros.

O gestor português tinha sido chamado em abril para gerir a crise, considerada uma das piores para a instituição desde 2008. António Horta Osório renunciou ao cargo de presidente do Credit Suisse nove meses após ter assumido a liderança da instituição bancária.

A decisão foi tomada na sequência de uma investigação interna após o gestor ter admitido que quebrou as regras decretadas na Suíça. No final de novembro, o gestor português terá violado a lei na Suíça, com uma viagem entre Zurique e Londres, um dia depois de ter sido imposta a quarentena de 10 dias nas chegadas do Reino Unido e de outros países devido à variante ómicron.

"Lamento que várias das minhas ações pessoais tenham levado a dificuldades para o banco e comprometido a minha capacidade de o representar interna e externamente", indicou Horta Osório na declaração. "Desta forma, acredito que a minha demissão tem em conta o interesse da instituição e dos seus acionistas nesta altura crucial".

O banco nomeou Axel P. Lehmann, um membro do conselho do Credit Suisse que supervisiona o comitê de risco do banco, para substituir Horta Osório, com efeitos imediatos.
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