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Horta Osório deixa liderança do Credit Suisse

O gestor português abandona a presidência da instituição bancária na sequência de uma investigação interna a uma quebra da quarentena em vigor no país. O Credit Suisse vive atualmente o pior ano desde a crise financeira de 2008.

Duarte Roriz
17 de Janeiro de 2022 às 07:46
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António Horta Osório renunciou ao cargo de presidente do Credit Suisse, indica um comunicado citado pela Bloomberg. O gestor português português sai nove meses após ter assumido a liderança da instituição bancária, na sequência de uma investigação interna para determinar se teria ou não quebrado as regras em vigor para fazer frente à crise pandémica.

"Lamento que várias das minhas ações pessoais tenham levado a dificuldades para o banco e comprometido a minha capacidade de o representar interna e externamente", indicou Horta Osório na declaração. "Desta forma, acredito que a minha demissão tem em conta o interesse da instituição e dos seus acionistas nesta altura crucial."

No final de novembro, o gestor português terá violado a lei na Suíça, com uma viagem entre Zurique e Londres, um dia depois de ter sido imposta a quarentena de 10 dias nas chegadas do Reino Unido e de outros países devido à variante ómicron. O próprio confimou a violação das regras, alegando não ter sido intencional. A viagem foi inclusivamente reportada às autoridades de saúde suíças e ao regulador financeiro e o Credit Suisse abriu uma investigação ao sucedido.

Contudo, esta não terá sido a primeira vez que Horta Osório violou uma quarentena. De acordo com a Reuters, o gestor português já teria sido investigado em julho do ano passado, depois de ter estado em Wimbledon para o torneio de ténis, violando as regras em vigor na altura no Reino Unido.

A saída de Horta Osório é o culminar de um ano desastroso para o Credit Suisse, no seguimento dos escândalos do Greensill Capital e do Archegos Capital Management, que custaram ao banco mais de cinco mil milhões de dólares. A derrocada do Greensill foi o primeiro dos dois grandes revezes sofridos em 2021, seguindo-se logo depois a implosão da Archegos Capital Management, que o banco suíço tinha financiado com milhares de milhões de euros.

O gestor português tinha sido chamado em abril para gerir a crise, considerada uma das piores para a instituição desde 2008.

O banco nomeou Axel P. Lehmann, um membro do conselho do Credit Suisse que supervisiona o comitê de risco do banco, para substituir Horta Osório, com efeitos imediatos.

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