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Credit Suisse consegue ordem judicial para obter documentos do SoftBank

É mais um capítulo na guerra que opõe o Credit Suisse de Horta Osório e os japoneses do SoftBank, na sequência do colapso do grupo britânico Greensill Capital e que já custou milhares de milhões de euros ao banco liderado por Horta Osório.

António Horta Osório assumiu a presidência não executiva do Credit Suisse este ano.
Duarte Roriz
07 de Janeiro de 2022 às 10:59
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O Credit Suisse, liderado pelo chairman português Horta Osório, conseguiu obter uma ordem da justiça para obter informação do SoftBank na sequência do colapso do Greensill, um grupo britânico especializado no financiamento de cadeias de fornecimento.

A decisão é noticiada pela Bloomberg e foi tomada nos Estados Unidos por um juiz de São Francisco, que atendeu o pedido do banco sediado em Zurique que tenta recuperar 2,7 mil milhões de euros de crédito vencido, incluindo da Katerra, uma antiga construtora com sede nos EUA, que faliu com estrondo em 2021 e da qual o grupo SoftBank era um dos principais investidores.

O Credit Suisse argumenta que investiu 440 milhões de dólares (cerca de 390 milhões de euros na taxa de câmbio de hoje) em papéis garantidos pela Katerra e quer ter acesso às atas das reuniões da administração da construtora que entretanto faliu.

O SoftBank já reagiu, dizendo que esta é uma atitude "desesperada" da instituição liderada por Horta Osório, cujo objetivo, na ótica do grupo japonês, é tentar encontrar um culpado pela perda sofrida com o colapso da Greensill, que por sua vez era um dos principais financiadores da Katerra. O Softbank promete defender-se "vigorosamente".

O Credit Suisse reembolsou 6,7 mil milhões de euros a investidores afetados pela falência do Greensill, e em maio de 2021 decidiu cortar relações com o SoftBank.

Em 2020, a instituição helvética fez uma investigação interna ao envolvimento com a Greensill e a potenciais conflitos de interesse na relação com o SoftBank. Na sequência disso, o grupo japonês retirou 700 milhões de dólares de fundos geridos pelos suiços.

A derrocada do Greensill foi o primeiro dos dois grandes revezes sofridos pelo Credit Suisse em 2021, que logo depois viu a implosão da Archegos Capital Management, grupo gerido a partir de Nova Iorque, nos Estados Unidos, que o banco suíço tinha financiado com milhares de milhões de euros.
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