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Credit Suisse perde 550 milhões em bolsa com saída de Horta Osório

O gestor português tinha sido chamado para ajudar a lidar com a crise que o banco enfrentou após o colapso da Archegos. A sua demissão está a ser vista como um potencial entrave à recuperação.

2021 - Credit Suisse
reuters
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A crise no Credit Suisse agravou-se. Após uma polémica relacionada com incumprimento de regras da covid-19, o chairman António Horta Osório resolveu abandonar o banco, numa decisão que está a ser vista pelos investidores como um potencial entrave à reestruturação que o banqueiro português foi chamado a operar.

"Horta Osório demitiu-se do cargo de CEO do Credit Suisse no domingo, no meio de múltiplos escândalos pelo seu incumprimento das regras de quarentena da covid-19. Toda esta situação é bastante problemática para o banco, uma vez que Horta Osório tinha sido obrigado a melhorar a atual gestão do banco, que tinha estado em ruínas devido ao escândalo da falência do banco envolvendo a Archegos Capital", consideram os analistas da XTB, numa nota de reação ao anúncio.

As ações do banco suíço tombaram 2,26% para 9,33 francos suíços (o equivalente a cerca de 8,945 euros) na sessão desta segunda-feira em bolsa. Em termos de capitalização bolsista, foi um tombo de 573 milhões de francos suíços (ou 549,4 milhões de euros) para os atuais 24.731 milhões de francos (23.711 milhões de euros).

A saída de Horta Osório é o culminar de um ano desastroso para o Credit Suisse, no seguimento dos escândalos do Greensill Capital e do Archegos Capital Management, que custaram ao banco mais de cinco mil milhões de dólares. A derrocada do Greensill foi o primeiro dos dois grandes revezes sofridos em 2021, seguindo-se logo depois a implosão da Archegos Capital Management, que o banco suíço tinha financiado com milhares de milhões de euros.

O gestor português tinha sido chamado em abril para gerir a crise, considerada uma das piores para a instituição desde 2008. António Horta Osório renunciou ao cargo de presidente do Credit Suisse nove meses após ter assumido a liderança da instituição bancária.

A decisão foi tomada na sequência de uma investigação interna após o gestor ter admitido que quebrou as regras decretadas na Suíça. No final de novembro, o gestor português terá violado a lei na Suíça, com uma viagem entre Zurique e Londres, um dia depois de ter sido imposta a quarentena de 10 dias nas chegadas do Reino Unido e de outros países devido à variante ómicron.

"Lamento que várias das minhas ações pessoais tenham levado a dificuldades para o banco e comprometido a minha capacidade de o representar interna e externamente", indicou Horta Osório na declaração. "Desta forma, acredito que a minha demissão tem em conta o interesse da instituição e dos seus acionistas nesta altura crucial".

O banco nomeou Axel P. Lehmann, um membro do conselho do Credit Suisse que supervisiona o comitê de risco do banco, para substituir Horta Osório, com efeitos imediatos.

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