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Salgado proibido de falar com Sócrates por causa da PT

A presidência de Ricardo Salgado no BES está sob suspeita em três processos. O ex-banqueiro está proibido de contactar as restantes 14 pessoas arguidas na Operação Marquês. A defesa nega factos que justifiquem ligação com o ex-primeiro-ministro.

Pedro Elias
19 de Janeiro de 2017 às 00:01
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Presidente do Banco Espírito Santo ao longo de 22 anos, Ricardo Salgado é suspeito de ter cometido vários crimes, incluindo corrupção e branqueamento de capitais, em três processos distintos que visam aquele período: Monte Branco, Universo Espírito Santo e Operação Marquês. 

Corrupção, abuso de confiança, tráfico de influência, branqueamento e fraude fiscal qualificada: são estes os cinco tipos de crimes que o Ministério Público investiga na Operação Marquês, onde Ricardo Salgado entrou para a lista de 20 arguidos esta quarta-feira, 18 de Janeiro. Crimes que se juntam por exemplo ao de falsificação, em investigação nos outros processos.

Interrogado de manhã pelo procurador Rosário Teixeira e pelo inspector tributário Paulo Silva no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Ricardo Salgado foi direccionado à tarde para o juiz Carlos Alexandre do Tribunal Central de Instrução Criminal, para que fosse decretada uma medida de coacção mais gravosa do que o termo de identidade e residência, que é aplicado a todos os arguidos.

"O juiz decidiu aplicar ao arguido as medidas de coacção de proibição de ausência para o estrangeiro sem prévia autorização e de proibição de contactos com os restantes arguidos bem como com algumas pessoas e entidades com ligações ao Grupo Espírito Santo", admite a Procuradoria-Geral da República. Não são reveladas, como habitualmente, que pessoas são essas mas, na Operação Marquês, o principal arguido é José Sócrates.

A investigação tenta perceber indícios de corrupção que levam a alegados pagamentos ao antigo primeiro-ministro através do seu amigo Carlos Santos Silva. Uma das linhas do inquérito, segundo tem sido noticiado, passa pela intervenção da antiga Portugal Telecom, de que o BES era accionista, no Brasil. A operadora tinha igualmente como accionista a CGD, banco público que recebeu ordens para vetar, numa primeira fase, a venda da Vivo à espanhola Telefónica em 2010.

"É completamente falso que tenha existido qualquer ligação entre Salgado e Sócrates" afirmou, à saída do interrogatório judicial, o advogado de Salgado, Francisco Proença de Carvalho, negando factos que justifiquem a decisão do Ministério Público e insistindo que são apenas "suposições". O ex-banqueiro, que ao contrário dos outros dois processos em que é arguido não foi obrigado a pagar nenhuma caução, não quis fazer comentários, dizendo apenas que "desde o primeiro dia" está a colaborar com a justiça.

A conclusão da Operação Marquês, iniciada há quatro anos, tem como data indicativa Março de 2017.

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