Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Salário de António Ramalho aumenta 16% para 382 mil euros

António Ramalho recebeu no ano passado 382 mil euros enquanto presidente executivo da instituição que resultou da resolução do BES. O "cheque" da comissão executiva cresceu 30%.

Tiago Petinga/Lusa
05 de Abril de 2019 às 22:01
  • 24
  • ...

António Ramalho foi aumentado. O CEO do Novo Banco ganhou 382 mil euros, referentes a 2018, um valor que compara positivamente com o que auferiu em 2017, ano da venda do banco ao Lone Star. O salário teve um aumento de 16% no ano em que a instituição que resultou da resolução do BES registou um prejuízo de 1.412 milhões de euros.

De acordo com o relatório e contas de 2018 enviado à CMVM, esta sexta-feira, Ramalho recebeu 349.106 euros, mas a este valor é preciso somar mais 33.294 euros, montante esse que surge indicado como tendo sido diferido. Ou seja, o CEO tem direito ao valor global, mas esta "fatia" será paga mais à frente no tempo.

Este valor diferido não é explicado no documento. Habitualmente, existe o diferimento de bónus atribuídos à gestão, mas este não é o caso. "No que se refere a Órgãos de Administração e de Fiscalização não foram pagos nem atribuídos quaisquer valores referentes a bónus em 2018", nota o Novo Banco.

O rendimento auferido por Ramalho no ano passado compara com os 329.600 euros que lhe tinham sido pagos pelo banco em 2017, ano em que a instituição mudou de mãos. Esse valor resultou já de uma atualização decidida pelo novo acionista do banco, o fundo norte-americano Lone Star.

"Até outubro de 2017, as remunerações dos Órgãos Sociais foram estabelecidas por deliberação do Fundo de Resolução e após a concretização da mudança acionista, estas foram atualizadas por decisão da Assembleia Geral do Novo Banco", referia o relatório e contas de 2017. Em 2016, antes da venda, o salário foi de pouco mais de 120 mil euros.

Mais gestores. Fatura cresce 30%

Ramalho não foi o único membro do conselho de administração executivo a ver a remuneração aumentar. Vítor Fernandes e Jorge Cardoso, este último que agora será o responsável pelo banco legado, receberam 258 mil euros, mais 20 mil euros, cada, face ao ano anterior. Luísa Amaro de Matos, José Eduardo Bettencourt e Rui Fontes receberam todos cerca de 250 mil euros, mais que em 2017, sendo que não trabalharam a totalidade desse ano no Novo Banco.

A comissão executiva do Novo Banco passou a contar com mais um membro em 2018. Luís Alves Ribeiro juntou-se aos restantes seis, sendo que os 76 mil euros auferidos ajudaram a elevar para 1,79 milhões de euros o montante total recebido pela gestão. Houve um aumento de 30% na remuneração destes membros – em muito explicada pela comparação contra um ano em que vários membros trabalharam apenas alguns meses – face aos 1,37 milhões em 2017.

Fatura cresce em ano de prejuízos

Tanto o aumento de António Ramalho como a fatura mais avultada com os salários do restante conselho de administração executivo, aconteceram num ano marcado, novamente, por fortes prejuízos. Em 2017, o banco tinha apresentado 1.395 milhões de prejuízos, sendo que em 2018 o resultado foi negativo em 1.412 milhões de euros. Não foi recorde porque as contas do ano anterior foram reexpressas, tendo o saldo de 2017 disparado para mais de dois mil milhões de prejuízos.

Perante as perdas avultadas, e tendo em conta o forte impacto nos rácios de capital do Novo Banco, a instituição solicitou de imediato uma injeção de capital de 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução, entidade que pertence à esfera do Estado e é gerida pelo Banco de Portugal. Esse pedido está pendente de uma certificação pedida tanto pelo fundo como por Mário Centeno, ministro das Finanças.

 

Ver comentários
Saber mais banca Novo Banco António Ramalho salários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio