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Taxas Euribor de sete em cada dez créditos à habitação terão pico no verão

As taxas Euribor a 3 e a 6 meses ainda vão subir mais, afirma o Governador do Banco de Portugal. Renegociações valem 3% das reclamações.

ANTÓNIO COTRIM /LUSA
04 de Abril de 2023 às 16:10
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As taxas Euribor a 3 meses e 6 meses atingirão máximos no verão deste ano, afirma o Governador do Banco de Portugal.

"No mês de Fevereiro teremos atingido o pico da Euribor a 12 meses", afirmou Mário Centeno no parlamento, acrescentando que nas duas taxas mais usadas em Portugal a subida ainda não terminou: "A Euribor a 3 meses, que vale 30% dos contratos e a 6 meses, que vale 40%, apenas atingirão máximos no verão deste ano".

"É um processo em curso que devemos acompanhar com cuidado", acautelou perante os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças.

O supervisor esclareceu ainda que "no crédito à habitação, para metade das famílias, 15,5% do rendimento foi suficiente para fazer face às prestações em 2022" e que apenas 12% dos agregados tem taxa de esforço superior a 36% - o valor de referência para a obrigatoriedade dos bancos apresentarem soluções ao cliente.

São números, acrescentou que "se reduzem quando consideramos famílias com dois mutuários".

Nas palavras do regulador, "no final de 2023 metade das famílias terá uma taxa de esforço 2,4 pontos percentuais maior do que em 2021", afirmou, e "32% das famílias terão uma variação superior a cinco pontos percentuais".

Entre 2021 e 2022, uma em cada quatro famílias com crédito à habitação viram mesmo a taxa de esforço diminuir, assegurou: "Os contratos com redução da taxa de esforço de 2021 para 2022 foram um quarto do total, porque apesar do aumento das taxas, o rendimento dos agregados aumentou mais".

Renegociações motivam 339 reclamações

O Banco de Portugal (BdP) recebeu 339 reclamações relativas a renegociações do crédito à habitação desde a entrada em vigor das novas regras decretadas pelo Governo em novembro.

O número foi avançado pelo Governador do Banco de Portugal no parlamento.

Questionado pelos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças, Mário Centeno sublinhou que o número representa 3,2% do total de reclamações enviadas ao supervisor e garantiu que a "esmagadora maioria é resolvida sem dificuldades pelo sistema bancário".

Centeno acrescentou que o BdP recebeu três reclamações de não isenção de comissão, que foi cobrada indevidamente".
Considerando que "são números com pouca expressão", o Governador realçou que estes dados "são os que existem, não os podemos tomar como representantes do que pode vir a acontecer daqui a seis meses".

Taxas dos depósitos continuam a subir "mais lentamente do que desejamos"

O Governador foi também questionado sobre as taxas de juro dos depósitos - e a velocidade à qual o sistema financeiro nacional tem aumentado a remuneração dos clientes - e constatou que "a taxa média de juro tem vindo a aumentar todos os meses".

"Neste momento é 0,65%", avançou, sublinhando que "há bancos com taxas médias superiores a 1%. É o valor mais elevado desde julho de 2015 e teve o seu mínimo em março de 2022".

Centeno voltou a admitir que a velocidade é ainda insuficiente: "É um processo mais lento do que desejamos mas a direção neste processo tem vindo a ser positiva e a trajetória é de convergência com outras jurisdições", enfatizou.

Notícia atualizada às 18h32
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